ACIMA DA INFLAÇÃO

Empresas de ônibus de SP faturaram alto em 5 anos

A remuneração por passageiro transportado subiu 58%, enquanto a inflação variou 16,7%

Agência Estado
06/07/2013 às 08:10.
Atualizado em 25/04/2022 às 09:39

Nos últimos cinco anos, a Prefeitura de São Paulo deu reajustes nos valores repassados a empresas de ônibus superiores à inflação acumulada no período. Dados obtidos pela reportagem, com base nos aditamentos de contratos feitos pela Secretaria dos Transportes, mostram que, em média, a remuneração por passageiro transportado subiu 58%, enquanto a inflação variou 16,7% e a tarifa, 30,4%. Os números ainda ajudam a explicar o aumento do aperto nos lotações - que receberam repasse abaixo da inflação.

As maiores transferências se destinaram às empresas que administram a rede estrutural, com ônibus maiores em linhas longas. Em sete dos oito contratos, os repasses foram superiores à inflação. No caso do Consórcio Plus, da zona leste, o aumento foi de 45,2%. Em março de 2008, a Prefeitura pagava ao consórcio R$ 1,8312 por usuário transportado. Em maio de 2012, o valor foi para R$ 2,6605.

Apesar disso, é outro o consórcio que recebe a maior quantia por pessoa que gira a catraca. Em setembro, a gestão do ex-prefeito Gilberto Kassab (PSD) elevou para R$ 2,6790 a remuneração unitária do Consórcio Leste 4, investigado por dois anos pelo Ministério Público Estadual por irregularidades como superlotação, partidas não realizadas e presença de ratos e baratas no interior de coletivos.

Por outro lado, os operadores do sistema local de ônibus - cooperativas que administram, em geral, os micro-ônibus em percursos menores - tiveram um aumento bem inferior. Em seis dos oito contratos, a remuneração paga pela Prefeitura por usuário ficou abaixo da inflação, entre 2008 e 2011.

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