PEGO NA CAMA

Empresário que matou estudante em manifestação é preso

Alexsandro Ichisato de Azevedo, 37 anos, foi surpreendido pela Polícia Civil enquanto dormia em uma chácara de Bragança Paulista

Luís Augusto
18/07/2013 às 19:42.
Atualizado em 25/04/2022 às 08:20

Quase um mês depois de ter atropelado 12 pessoas e matado o estudante Marcos Delefrate, 18 anos, durante manifestação pacífica na Zona Sul de Ribeirão Preto, o empresário Alexsandro Ichisato de Azevedo, 37 anos, foi preso. O suspeito foi encontrado na manhã desta quinta-feira (18), no quarto de uma chácara onde funciona uma clínica de tratamento para dependentes químicos, em Bragança Paulista, a 290 km de ribeirão.

“Ele não ofereceu nenhum tipo de resistência à prisão até porque o surpreendemos enquanto ele estava dormindo. Junto com ele também apreendemos uma Mercedes que ele estava utilizando para se locomover”, afirmou Paulo Henrique de Castro, delegado titular da Delegacia de Investigações Gerais (DIG). Também foram apreendidos três celulares e pouco mais de R$ 2 mil.

Segundo a Polícia Civil, o empresário nunca chegou a deixar o Estado de São Paulo, porém teria circulado por várias cidades. O homem foi trazido a Ribeirão Preto respaldado por um forte esquema até a Delegacia Seccional, no Centro. A imprensa foi despistada pela ação dos policiais que não revelaram quando e onde o preso seria levado, mas a Polícia Civil garante que não foi formalizado acordo com o advogado do empresário para evitar sua exposição. “Ninguém está protegendo ninguém aqui e ninguém fez acordo para proteger o Alexsandro. O que aconteceu é que temos que resguardar a vida do rapaz e ele também tem os direitos dele”, ressaltou o delegado.

A Polícia também irá investigar a participação do dono da chácara de Bragança Paulista, que seria conhecido da família do empresário e teria abrigado o homem no local por cerca de 10 dias. A Polícia Civil também suspeita que a família do suspeito tenha colaborado com ele durante o período em que ele esteve foragido.

Azevedo realizou exame de corpo de delito, ficou por cerca de duas horas na Seccional, porém teve o depoimento adiado. Ele foi levado para uma Cadeia Pública, que não foi divulgada novamente por questão de segurança. Apesar da prisão, o empresário pode até ser solto nos próximos dias, já que o prazo legal da prisão temporária do suspeito vencerá nesta sexta-feira (19). “A prisão temporária dele pode ser prorrogada mais uma vez pelo mesmo período e ainda assim existe a prisão preventiva que já foi pedida pelo delegado. Tudo está sendo visto”, declarou Naul Felca, promotor de Justiça.

O inquérito com as investigações sobre o caso foi concluído e o empresário responderá pelos crimes de homicídio, tentativa de homicídio, lesão corporal, omissão de socorro e fuga do local do acidente. “Queremos acompanhar também a oitiva do homem e tudo está sendo avaliado daquilo que foi incluído no inquérito. Estamos dentro do prazo legal para avaliar todas as provas”, ressaltou o promotor.

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