ECONOMIA

Emprego tem queda de 35,6% no mês em Ribeirão Preto

Município teve 10,8 mil contratações e 9,9 mil demissões em abril, informam dados do Caged

Duda Pereira
22/05/2013 às 12:01.
Atualizado em 25/04/2022 às 15:09

O mercado de trabalho em Ribeirão Preto teve o seu pior abril desde 2010. Segundo dados divulgados nesta terça-feira (21) pelo Caged (Cadastro Geral de Empregados e Desempregados), órgão do Ministério do Trabalho e Emprego, a cidade teve 10.832 trabalhadores contratados e outros 9.906 demitidos no mês. O saldo positivo de 926 vagas, no entanto, é 35,6% inferior ao registrado no mesmo período do ano passado.

Em abril de 2012, Ribeirão registrou saldo de 1.438 postos, resultado das 10.545 admissões e das 9.107 demissões. Neste mesmo mês em 2011 e 2010, os saldos também foram superiores: fecharam em 1.589 e 2.249 vagas, respectivamente. Apenas em 2009 o abril foi pior que em 2013, pois fechou em 597.

Para o economista Luciano Nakadash, professor da FEA (Faculdade de Economia e Administração) da USP Ribeirão, a desaceleração não se restringe ao município. “Os números refletem a economia brasileira, que convive com crescimento ruim, baixa produtividade das empresas e falta de mão de obra qualificada. Havia expectativa de que 2013 fosse bem melhor, tanto em Ribeirão Preto como no País, mas não é o que está acontecendo”, afirmou.

Nakadash disse que a fragilidade do setor industrial também atinge a economia ribeirão-pretana. “A indústria não está conseguindo crescer no País, e a nossa região, principalmente no que diz respeito ao setor sucroalcooleiro, sofre com isso. Se a economia esfria na região, atinge diretamente Ribeirão, que é um pólo importante de serviços para essas cidades.”

O economista acredita que a economia, e consequentemente o mercado de trabalho, só vão conseguir crescer em Ribeirão Preto se houver investimentos em conjunto das esferas federal, estadual e municipal. “O foco tem que ser a produção, o estímulo ao investimento. Temos setores de infraestrutura que carecem disso. E Ribeirão precisa melhorar a qualidade de sua mão de obra, qualificar seu profissional, para conseguir atrair mais empresas. Espaço para isso existe”, afirmou.

NÍVEL NACIONAL

O mercado de trabalho no Brasil também registrou queda em abril. No mês passado, o saldo de postos de trabalho no País foi de 196.913 (1.938.169 contratados e 741.256 demitidos), enquanto em abril de 2012 foi de 216.974 (1.798.101 admissões e 1.581.127 demissões) – queda de 9,2%.

Em abril, foram criados 196.913 empregos com carteira assinada no País, aumento de 0,49% em relação ao mês anterior, segundo dados do Caged.

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