Para o presidente da Embratur, Flávio Dino há risco de cartelização e práticas abusivas de lucro no setor
O presidente da Embratur, Flávio Dino, está preocupado com a cartelização do mercado (Divulgação)
O presidente da Embratur, Flávio Dino, criticou a rede hoteleira do Brasil. Apesar de reconhecer a expansão que está havendo, Dino alertou que há risco de cartelização e práticas abusivas de lucro. “Eu nunca encontrei razão científica, concreta e objetiva para muitas das tarifas hoteleiras cobradas no Brasil. Isso é um equívoco. É a renúncia ao futuro, pelo lucro imediato e compromete a imagem do Brasil de modo duradouro. Essa questão tem que ser olhada com cuidado”,disse.
Ao participar de uma audiência pública na Comissão de Desenvolvimento Regional do Senado, na semana passada, o presidente da Embratur disse que na aviação civil “a temática da concorrência é mais dramática”. Ele considerou imprescindível a implementação do Plano de Aviação Regional com subsídios econômicos para que as companhias ampliem a concorrência.
Dino também defendeu normas mais flexíveis para o transporte aéreo internacional — ou política de céus abertos, entre os países da América do Sul. Segundo ele, a medida foi adotada pela União Europeia com muito sucesso. “A concorrência é pequena porque não temos abertura do céu a empresas de outros países que possam concorrer com as nossas. Hoje não há outra alternativa que não seja abrir os céus para haver uma concorrência que nos leve a um serviço de qualidade por um preço melhor”.
O presidente da Embratur chamou a atenção para o aumento das viagens e dos gastos de brasileiros no Exterior, que contribuem para o aumento do déficit na economia, no setor de turismo. “Isso não é motivo de críticas, pois demonstra a pujança da vida econômica dos brasileiros. Porém, temos que analisar a ausência de competitividade e os preços melhores das viagens para fora. É um debate de toda a sociedade, não apenas da Embratur ou do Ministério do Turismo”, avaliou.