HÁBITO

Em Roma, faça como os romanos

Nunca se deve tocar em um dinamarquês se não for amigo ou bem próximo dele ou dela (isso acontece também na Alemanha). Nesses países, as pessoas consideram o toque uma invasão do espaço pessoal.

Eduardo Gregori
13/10/2013 às 01:34.
Atualizado em 25/04/2022 às 00:38

Eu sempre torci o nariz para etiqueta. Achava algo ultrapassado e fora do mundo real, que cada dia anda mais globalizado. Até o dia que comecei a conhecer outros países e entendi que o buraco é mais embaixo. Apesar de um tanto quanto preconceituoso nessa questão, confesso que sou observador e foi assim que fui aprendendo a importância de se respeitar os hábitos, as normas de etiqueta em cada país que visitei e que, claro, são diferentes do Brasil.Certa vez, no Norte do Chile, duas brasileiras foram à praia com seus biquínis que passariam desapercebidos em Copacabana, mas causaram furor. As duas viraram atração, pois lá, fio dental é algo tão comum quanto uma espaçonave descendo do céu. Imagino que não voltaram à praia nos mesmos trajes.Já em Santiago, fui cumprimentar um senhor e lhe estendi a mão. Me assustei quando ele me abraçou repentinamente, afinal, não o conhecia. Na capital do Chile, o cumprimento entre dois homens vai além: um abraço, um aperto de mão e outro abraço, um verdadeiro ritual. Dali em diante, todos os homens que conhecia, cumprimentava da mesma maneira.No Norte da Espanha, atravessar a rua com sinal aberto dá multa ao pedestre. Além disso, só se cruza na faixa de pedestres e nada de pular canteiros. Aliás, esse tipo de atitude é chamado de “brasileira”, um sinal claro que nós não respeitamos os hábitos locais.Já que esta edição é dedicada à Dinamarca, foi lá que aprendi que nunca se deve tocar em um dinamarquês se não for amigo ou bem próximo dele ou dela (isso acontece também na Alemanha). Nesses países, as pessoas consideram o toque uma invasão do espaço pessoal. Ao contrário do Brasil, onde é algo comum. Aprendi que, na terra viking, você deve esperar o movimento do outro. Observando e respeitando, a gente não corre o risco de pagar mico e nem ofender as pessoas que têm uma cultura e uma etiqueta completamente diferente da nossa.Eduardo Gregori é editor de Turismo do Correio Popular 

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