AMIGOS DA APA

Em defesa da mata e dos recursos hídricos

Entidade promove ações junto aos moradores para preservar a Mata Ribeirão Cachoeira, um dos mais importantes remanescentes de vegetação atlântica da região de Campinas

Projeto Ambiental
faleconosco@rac.com.br
18/10/2013 às 14:57.
Atualizado em 26/04/2022 às 05:33

Vanessa Tanaka* A Associação dos Amigos da APA de Campinas (ApaViva), organização não governamental (ONG) e sem fins lucrativos, surgiu em 2010 para proteger a Mata Ribeirão Cachoeira, fragmento florestal de 230 hectares de Mata Atlântica, localizada no distrito de Sousas. A entidade vem promovendo junto com a Sociedade Loteamento Colinas do Atibaia e os moradores de seu entorno várias ações de educação ambiental. Entre elas, estão a manutenção do aceiro, palestras educativas de preservação, controle de entrada e saída da mata — permitindo acesso apenas aos pesquisadores —, treinamento de voluntários para combate a incêndios florestais e proteção à vida silvestre, com cuidados com os animais silvestres que circulam e são atropelados nas estradas.  A entidade vem promovendo o reflorestamento dos trechos de Área de Preservação Permanente (APP) do seu entorno, através de Banco de Áreas Verdes do Estado, reflorestando as matas ciliares de nascentes e ribeirões. Segundo a presidente da entidade, Angela Podolsky, a ação também tem o intuito de atrair proprietários interessados em participar do Programa de Reflorestamento. Dessa forma, foram criados dois importantes corredores de fauna e flora: Corredor Mata RC - Rio Atibaia e Corredor Mata RC. “Através desse programa, já plantamos cerca de 15 mil mudas de espécies nativas, vegetação pertencente ao bioma da Mata Atlântica”, afirmou Angela.  A vice presidente da instituição, Sandra Marques, ressalta que a mata só permanecerá em pé se a comunidade estiver sensibilizada, o que vem ocorrendo espontaneamente no Colinas do Atibaia. Outra ação recente organizada pela ONG foi a “catação”, no último dia 8, em parceria com a Estação Ambiental de Joaquim Egídio. O ato marcou o início de uma campanha de preservação do Ribeirão das Cabras, envolvendo a comunidade e buscando o apoio dos moradores, orientando a população sobre a importância da limpeza para a preservação.  A catação aconteceu em forma de mutirão de limpeza dos resíduos encontrados às margens do Ribeirão das Cabras, com mobilização social e conscientização socioambiental. A engenheira-agrônoma e membro da instituição, Claudia Esmeriz, conta que foram percorridas as margens do Ribeirão das Cabras no trecho da linha de bonde de Sousas, próximo à Fazenda Belmonte. “Começamos com essa ação e, posteriormente, visitaremos os moradores lindeiros para falar sobre educação socioambiental, sensibilizando e orientando sobre a prática de preservação do rio e destino correto dos resíduos”, disse.  A instituição tem representação no Conselho Municipal do Meio Ambiente (Condema) e no Conselho Gestor da Área de Proteção Ambiental de Campinas (Congeapa), através de sua presidente, que é coordenadora da câmara técnica do Congeapa para o desenvolvimento do plano de manejo. “Ressaltamos que o plano prevê estabelecer um zoneamento ambiental do território da APA, o que vem ao encontro do projeto da ONG de recuperação das matas ciliares das propriedades rurais da região”, destaca a presidente. Saiba mais  A Mata Ribeirão Cachoeira foi tombada pelo Conselho de Defesa do Patrimônio Cultural de Campinas (Condepacc) em 2002 como “bem de interesse ambiental”. Uma faixa de 300 metros do seu entorno foi declarada como zona de amortecimento, onde foram previstas restrições de uso e ocupação do solo. Essas restrições ainda são pouco conhecidas e cumpridas pelos moradores. Os 87% do território da APA encontram-se na área rural e, atualmente, poucas fazendas possuem suas áreas de reserva legal e matas ciliares restauradas. “Precisamos mudar esse paradigma. Hoje, esse proprietário rural tem como fazer essa restauração sem investir, usando os programas de compensação ambiental, como o Banco de Áreas Verdes, que se responsabilizam pelo plantio e fazem a manutenção por dois anos. Tenho sido procurada com frequência por empresas ambientais procurando áreas grandes para cumprir compromissos de compensação ambiental”, diz a presidente da ApaViva, Angela Podolsky. A preocupação com uma das áreas na região hídrica mais ricas do município de Campinas, entre os rios Atibaia e Jaguari, fez a ApaViva propor a criação de uma unidade de conservação refúgio da vida silvestre na Mata Ribeirão Cachoeira, maior fragmento florestal da APA de Campinas, localizada na Zona de Conservação Ambiental Especial

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