Em busca do apetite perdido

Com 19 títulos apenas neste século (dois do Mundial de Clubes, três da Liga dos Campeões, dois da Supercopa Europeia, cinco do Espanhol — com mais um muito bem encaminhado —, dois da Copa do Rei e cinco da Supercopa da Espanha), o Barcelona é o clube da moda. Não é considerado apenas um dos melhores da atualidade, mas sim um dos melhores de todos os tempos. Além disso, conta com Lionel Messi, outro que está no topo pelo mesmo motivo. Não é apenas o melhor jogador do mundo. Está, ele também, entre os melhores de todos os tempos.

Das 19 conquistas relacionadas acima, nada menos do que 14 foram obtidas sob o comando de Pep Guardiola, o treinador que transformou o Barcelona em uma máquina de jogar futebol. Depois dele, o time catalão continuou forte, temido e respeitado. O elenco é o mesmo, todos os craques ainda estão lá.

Mas tenho a impressão que o Barça perdeu alguma coisa com a ausência de Pep. Seu sucessor, Tito Vilanova, era auxiliar-técnico do supercampeão e não pode ser avaliado ainda. Afinal, não tem nem um ano de trabalho e está afastado em virtude de um problema de saúde. É preciso dar tempo para que mostre do que é capaz.

Mas vamos falar do Barcelona em si. O elenco é o mesmo e o entrosamento é o melhor possível. É um time com talento e experiência de sobra, com uma inigualável capacidade de manter a posse de bola. No Espanhol, nada mudou, já que a campanha é memorável e o título será sacramentado em breve.

O supertime, porém, tem sido contestado pela imprensa, pelos fãs do mundo todo e pelos próprios torcedores (foi vaiado no Camp Nou antes mesmo das derrotas para o Real). Até as estrelas do Barça estranham o momento ruim. Será que o poderoso Barcelona ainda é o poderoso Barcelona?

Hoje, na Catalunha, essa questão será colocada à prova. A eliminação na Copa do Rei já foi dolorida e, como se não bastasse, na mesma semana, o time voltou a perder para o Real Madrid, rival que, motivado, foi buscar em Manchester sua vaga nas quartas de final da Liga dos Campeões, o torneio que realmente importa para os gigantes do futebol europeu.

Mais do que seguir na briga pelo cobiçado título, o Barça precisa recuperar seu apetite por vitórias espetaculares e incontestáveis.