O papa Francisco exorta-nos sobre a importância da fé cristã na vida social e política: “Ninguém pode nos exigir que releguemos a religião para a intimidade secreta das pessoas, sem qualquer influência na vida social e nacional, sem nos preocupar com a saúde das instituições da sociedade civil, sem nos pronunciar sobre os acontecimentos que interessam aos cidadãos”. Da carta de Dom Airton José dos Santos sobre o pleito eleitoral, destacamos: “Este momento das eleições majoritárias em nosso País constitui-se em excelente oportunidade para aprofundar e melhorar a participação responsável de todos os cidadãos nos destinos de nossa Nação. Neste pleito de 2014 vamos eleger novas ou confirmar as mesmas pessoas para os cargos de presidente e vice-presidente da República; um senador que represente nosso estado de São Paulo no Senado Federal; deputados federais e estaduais, governador e vice-governador do Estado. É urgente criar, na sociedade, estruturas que consolidem uma autêntica convivência humana, promovendo os cidadãos como reais sujeitos políticos. A atividade política deve acontecer para a promoção do bem comum; para atender às necessidades concretas da população: saúde, educação, segurança, transporte, moradia, saneamento básico e tantas outras (cf. Doc. Aparecida, 403). Para isso, temos que nos empenhar para que os objetivos da reforma política, tão desejada e necessária, aconteçam efetivamente. São eles: afastar das eleições a influência do poder econômico sobre as candidaturas, proibindo o financiamento das campanhas com dinheiro privado; alterar o sistema eleitoral, implementando eleição em dois turnos, sendo o primeiro para escolha de uma proposta e o segundo para eleição da pessoa que a colocará em prática; fortalecer a participação das mulheres e demais grupos subrepresentados; regulamentação do artigo 14 da Constituição Federal, para intensificar os mecanismos de participação popular, como Projeto de Lei de Iniciativa Popular do Plebiscito e do Referendo, mesclando a democracia representativa com a democracia participativa.” (10.09.14) Estas eleições ocorrem depois das manifestações de junho e julho de 2013, quando milhares de pessoas, especialmente jovens, ocuparam as ruas das grandes cidades, não só para protestar contra os descaminhos da política, mas sobretudo para exigir melhores e mais serviços de transporte, saúde, educação, segurança, e outras políticas públicas que atendam com rapidez e qualidade as necessidades urgentes da população. Por isso, espanta-me ouvir, de muita gente, que não vai votar em nenhum candidato. Decepciona-me, mais ainda, quando ouço isso de jovens eleitores. Alegam que nada vai mudar... São sempre os mesmos... Nenhum político presta... Todos, farinha do mesmo saco... Será mesmo? Não lhes parece uma generalização rápida demais? Não se abdica, impunemente do dever cívico de votar. É preciso, contudo, um trabalho criterioso de escolha: analisar os candidatos (as), seu passado, perguntar-se – é ficha limpa? Procurar conhecer seu programa, especialmente, no que se refere aos grandes problemas que afligem nosso País e nosso estado. Não basta colocar o seu voto na urna, mas é preciso, vigilantemente, acompanhar o seu destino, o que estão fazendo dele. Seu voto tem consequências. Pare, olhe, escute, pense e vote! Em Campinas, nós devemos votar também “sim” ou “não” pela criação dos novos Distritos de Ouro Verde e Campo Grande. Você já ouviu os moradores destas regiões se isso lhes interessa e vai atender melhor suas reivindicações? Eles são os primeiros interessados. Em princípio, a descentralização é boa. Contudo muitos temem que seja mais um cabide de empregos.