Na mesa: poucas calorias, baixo índice glicêmico, alta concentração de vitamina A e boa quantidade de fibras fazem da batata-doce um alimento repleto de predicados
Batata doce (Adriano Rosa/Especial para a Metrópole e Divulgação)
Na roda de amigos, nas revistas, em postagens nas redes sociais ou em meio às garfadas do almoço com a família, é bem provável que ela já tenha sido assunto da prosa, principalmente entre os que buscam uma alimentação balanceada. A batata-doce, também conhecida como batata da terra, vem se tornando presença obrigatória no prato dos adeptos de atividades físicas, que costumam classificá-la como carboidrato do bem. Mas, o que, de fato, esse tubérculo tem de especial? De acordo com a nutricionista Adriana Passos, o alimento tem como peculiaridade o baixo índice glicêmico, talvez o responsável por tanta fama. “Esse índice indica a velocidade com que o organismo transforma o carboidrato consumido em glicose. Quanto menor ele for, menor será a velocidade da transformação. A pessoa terá energia por mais tempo e sentirá menos fome. Isso também evita a hipoglicemia”, explica. Foto: Adriano Rosa/Especial para a Metrópole Adriana Passos, nutricionista Para atletas e praticantes de exercícios em geral, o consumo do tubérculo é ainda mais benéfico. Se ingerido por volta de duas horas antes do treino, ele permite que haja glicose no organismo durante todo o período de atividade. A dieta do índice glicêmico é recomendada também para diabéticos, pois, segundo a nutricionista, a batata-doce auxilia no controle da glicemia. Com apenas 77 calorias em cada 100 gramas, o alimento ainda é um grande aliado de quem quer emagrecer. “A única coisa que é preciso lembrar é que, apesar de ser um carboidrato diferenciado, ainda é um carboidrato. Às vezes, vejo pessoas comendo arroz, macarrão e batata-doce. Aí não adianta, porque não se está substituindo, mas incluindo um item do mesmo grupo no prato. Além disso, não é porque é saudável que a pessoa tem que comer em quantidades enormes. É preciso equilíbrio”, orienta. Outra característica positiva destacada por Adriana é a alta concentração de vitamina A, um antioxidante natural que previne inflamações e a produção de células cancerígenas e traz benefícios à saúde ocular e da pele. “A batata-doce também tem uma quantidade razoável de cálcio e fibras na casca. Para manter essas últimas, a orientação é lavar bem o tubérculo, usando uma buchinha, e assá-lo com a casca, consumindo as fibras presentes nela”, orienta. Sintonia com demanda O interesse pelo tubérculo chamou a atenção de alguns estabelecimentos, que o adicionaram ao cardápio. “Os nutricionistas recomendam incluir a batata-doce nas refeições do dia a dia porque, entre outros benefícios, fornece energia por meio de carboidratos saudáveis, sem elevar muito o nível de açúcar no sangue. Então, fizemos um exercício de imaginação, refletindo sobre o que gostaríamos de consumir. Após alguns testes, criamos uma porção de chips que se encaixa na proposta da marca”, conta Antônio Ricardo Mesquita, um dos sócios da rede Sucão, de Campinas. A porção pode ser pedida sozinha ou como acompanhamento. Foto: Divulgação Chips de batata-doce do Sucão Outro lugar que honra as propriedade da batata-doce no menu é o FitBurgers, lanchonete saudável que oferece opções variadas de hambúrgueres, como os de picanha, de salmão e de shiitake e shimeji. Na casa, o vegetal é servido como acompanhamento dos sanduíches ou à parte, assado em estilo rústico, com casquinha crocante e macio por dentro – a outra opção para acompanhar os lanches é a batata inglesa. Foto: Divulgação FitCaprese, com batata-doce rústica como acompanhamento: atração do FitBurgers Modos de preparo Para que nem sabor, nem nutrientes sejam perdidos, vale a pena ficar atento a algumas dicas de preparo. Uma das recomendações da nutricionista Adriana Passos é priorizar receitas preparadas no forno – depois de ter a casca muito bem lavada, a batata-doce é embrulhada em papel alumínio. “Também é possível colocar água fria em uma panela de pressão, com as batatas descascadas, e depois levar o alimento para cozinhar. O fato de colocar a água fria já ajuda a preservar alguns nutrientes, mas, obviamente, o forno preserva muito mais”, aponta. Na hora de servir, a orientação é colocar um pouquinho de azeite e sal e ter vegetais e alguma proteína – dê preferência a carnes magras, como filé de peixe ou de frango – como acompanhamentos. Foto: Divulgação Preparo no forno preserva o sabor e os nutrientes do tubérculo, que deve ser embrulhado em papel alumínio Adriana compartilhou com a Metrópole uma receita fácil e prática, que ela costuma fazer em casa. “Corto em rodelas a batata-doce, sem a casca, e deixo mergulhada em água fria. Pego outro recipiente, adiciono o conteúdo de uma embalagem de cream cheese light, um copo de requeijão light e sal, e misturo. Unto um refratário com margarina light, faço uma camada com o creme, coloco a batata e mais uma camada de creme”, conta. Por cima, um pouco de peito de peru ralado, salpicado, dá um toque a mais ao prato. “Depois, é só levar ao forno por 60 minutos, mais ou menos. Para os que não estiverem preocupados com o peso, fica gostoso polvilhar parmesão. É simples, uma delícia, e você tem carboidrato bom e proteína numa mesma receita”, diz.