'Egas Francisco Monstro de Gelo' desembarca no Macc

A obra de Egas Francisco, praticamente uma unanimidade entre seus pares e o público que acompanha seu trabalho, pode ser conferida na exposição 'Egas Francisco Monstro de Gelo', em cartaz no Museu de Arte Contemporânea de Campinas José Pancetti (Macc). A mostra é uma oportunidade para conhecer, se deslumbrar e adquirir as peças com cores vibrantes, imagens que parecem em movimento, retratos de amigos do pintor, de figuras conhecidas e de personagens comuns encontrados em qualquer esquina, marcas características do artista, que se define basicamente como pintor.

“Dizem que a pintura está morrendo, mas não é verdade, as pessoas é que morrem. Eu vou morrer, mas minhas pinturas não. Vou viver por meio das minhas peças”, afirma Egas, frisando que nunca tem uma ideia pré-concebida de seus quadros. “A ideia surge a medida que pinto e quero ser o primeiro a ser surpreendido. Essa é a emoção e o desafio de pintar”, diz o pintor, paulistano de nascimento mas radicado em Campinas desde a infância.

A mostra reúne 41 obras de óleo sobre tela e duas aquarelas, a maioria de grandes quadraturas e intensamente texturizadas. Exceto por uma mostra pequena, de retratos e autorretratos realizada há dois anos na Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), a última exposição individual do artista ocorreu em 2002. Em 2006, ele participou da coletiva 'Trajetórias', exposição de reinauguração do Macc. “Nesta mostra apresento sobretudo trabalhos mais recentes. Mas, mesmo entre as telas pintadas há mais tempo, muitas são inéditas, nunca foram expostas.”

Egas trabalha com temas variados e alguns recorrentes como figuras de candomblé e cobras, além dos retratos. “Não trabalho sob encomenda. Pinto como vivo o dia a dia. Minha pintura está ligada a minha existência, ao meu modo de ser, a minha vida, enfim”, afirma. Entre as peças expostas encontram-se vários retratos, como o do pai, que ele mostra pela primeira vez, e o de Fátima Ouro, apelido que deu a uma amiga e que só foi apresentado uma vez. “Também exponho três autorretratos, dos cerca de 40 que já pintei”, conta ele. Além dos autorretratos, o autor pode ser visto em outras telas, como observador ou agente da ação. A mostra ocupa toda a extensão do museu, com paredes de cores diferenciadas para realçar os trabalhos.

A maior parte das telas expostas está à venda. Mas, por se tratar de mostra em espaço público, a lista de preços não é colocada no local. Os interessados devem negociar diretamente com o artista.

Edital

O secretário de Cultura de Campinas, Ney Carrasco, explica que a partir de agora, as exposições do Macc serão agendadas mediante seleção por edital. “Mas, até finalizarmos o edital, precisávamos de uma exposição para o museu não ficar fechado e optamos por convidar o Egas. Foi uma escolha arbitrária da pasta, mas quisemos homenagear esse grande artista. As próximas serão pelo edital”, disse Carrasco, ao anunciar a exposição, que integra a série 'Abril das Artes', que inclui ainda a mostra '100 Anos de Arte Paulista', com obras do acervo da Pinacoteca do Estado, na CPFL Cultura, e uma seleção de obras da 30a Bienal de São Paulo, no Sesc-Campinas.

Serviço

Exposição 'Egas Francisco - Monstro de Gelo'

A partir desta sexta-feira (26), até 9/6: de terça a sexta, das 9h às 17h; sábados, das 9h às 16h; e domingos, das 9h às 13h

No Museu de Arte Contemporânea de Campinas José Pancetti - Macc (Rua Benjamin Constant, 1.633 - Centro) - Campinas, Telefone: (19) 2116-0346

De graça