Coluna publicada na edição de 20/10/18 do Correio Popular
O Guarani será um time diferente hoje diante do Boa. O técnico Umberto Louzer abandona o esquema 4-2-3-1 que utilizou durante toda a temporada e tenta vencer o lanterna da Série B com um 4-4-2 quase tradicional. Gosto muito do 4-4-2 com dois volantes e dois meias, principalmente quando um dos volantes tem a movimentação, a qualidade do passe e o bom chute de fora da área de Ricardinho. Mas em nenhum momento da temporada questionei o 4-2-3-1 de Umberto Louzer, nem mesmo nas partidas em que ele foi mais cauteloso, trocando um dos meia-atacantes por um jogador de características defensivas. Afinal, Umberto alcançou boa parte dos objetivos do clube na temporada e conseguiu atravessar um período difícil, com a perda de titulares importantes como Bruno Brígido, Lenon e Bruno Nazário. Com o 4-2-3-1, Umberto conquistou o acesso ao Paulistão, o título da Série A2 e garantiu com muita antecedência a permanência do clube na Série B. No ano passado, isso só foi alcançado na penúltima rodada, com um dramático empate sem gols com o Luverdense, no Brinco de Ouro. Natural que, com tantas metas alcançadas, Umberto tenha mantido seu esquema de preferência por muito tempo. A mudança para o jogo de hoje em Varginha é sintomática. Os péssimos resultados diante de São Bento e Avaí e a baixa produtividade do ataque devem ter levado o treinador a tentar algo diferente. O Guarani entrará em campo com dois atacantes. A mudança não anima a torcida porque um deles ainda não marcou com a camisa do clube. E a falta de um atacante de velocidade também pode afetar o rendimento do novo esquema bugrino. Marcão é um homem de área, cuja principal arma é o jogo aéreo. Bruno Mendes até consegue jogar um pouco fora da área, mas também é um 9 finalizador. Nos poucos minutos em que já atuaram juntos, o rendimento ficou abaixo do esperado. Mas isso aconteceu em situações adversas, com o time em desvantagem no placar. Hoje, a pressão está sobre o Boa, que terá de propor o jogo em busca do primeiro gol. Outra novidade no Bugre é a presença de Romário na lateral-esquerda. Se o clube investiu em sua contratação no momento em que Pará e Marcílio estavam à disposição da comissão técnica, é de se estranhar que a primeira oportunidade só chegue agora, em um momento em que o acesso é um sonho distante. Mas, dependendo do que for capaz de produzir ofensivamente, Romário poderá ajudar a nova dupla de ataque.