JULIANNE CERASOLI

"É um desastre"

Julianne Cerasoli
09/02/2013 às 05:00.
Atualizado em 26/04/2022 às 05:13

“Presidente, é um desastre”. O telefonema de Felipe Massa para o manda-chuva da Ferrari, Luca di Montezemolo, após andar pela primeira vez com o carro da Ferrari em 2012, era a pior notícia possível para a equipe italiana. Depois de um 2011 embaraçoso, com apenas uma vitória, o time arriscara no carro do ano seguinte, mas a aposta não surtiu o efeito esperado.

Doze meses depois, o telefonema do mesmo Massa, mais uma vez o primeiro a testar o modelo novo, deve ter sido muito mais animador. "Ano passado eu me recordo que o carro era muito instável, difícil de manter na pista, mas a base deste modelo é completamente diferente. Senti que estamos em uma boa direção com a parte traseira, com boa tração. E essa é uma pista muito difícil para a traseira, a degradação é muito alta. Em comparação ao ano passado, os carros estão em planetas diferentes”, sentenciou o brasileiro após o primeiro dia a bordo do F138, em Jerez, na Espanha.

A evolução era esperada, uma vez que as regras pouco mudaram de 2012 para cá e o carro do ano passado da escuderia evoluiu bastante durante a temporada, permitindo que Fernando Alonso lutasse pelo título até o último GP. Mas como um piloto sabe logo de cara que um carro é bom ou uma verdadeira negação?

Os tempos dos primeiros testes da pré-temporada não costumam indicar muita coisa. Afinal, cada equipe tem um programa de desenvolvimento e fica difícil comparar. Mas um piloto experiente consegue identificar em poucas voltas quais as deficiências do carro: se ele é muito instável em freada, se precisa esperar muito para retomar o pé no acelerador após as curvas, enfim, se gera confiança suficiente para que ele ataque as curvas ao invés de perder tempo corrigindo dianteira e/ou traseira.

Os pilotos levam, então, seu diagnóstico aos engenheiros que, munidos também dos dados de um sem-número de sensores de telemetria, definem a direção do trabalho. E da mesma forma que Massa, Raikkonen já disse que sua Lotus é um passo adiante em relação ao bom carro de 2012, Button se mostrou feliz e Perez ficou impressionado com a diferença dessa McLaren para sua Sauber do ano passado. Do lado dos tricampeões da Red Bull, Webber reclamou de instabilidade na traseira, mas lembrou que o início de 2012 foi ainda pior. Nesse cenário de primeiras impressões, pior para Hamilton, que reconheceu que sua Mercedes “tem muito trabalho adiante.” Se é o jeito britânico de dizer que o carro “é um desastre”, só saberemos dia 17 de março, no GP de abertura da temporada na Austrália.

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