Fugir do sol e aplicar protetor solar, sempre, mesmo quando o tempo estiver nublado. Essas são as recomendações da dermatologista Paula Colpas, da Clínica Vitale, para a prevenção de todos os tipos de câncer de pele, o mais comum no mundo. O mais preocupante é o melanoma. Entretanto, o câncer de pele não melanoma é o mais frequente no Brasil e corresponde a 25% de todos os tumores malignos registrados no País.De acordo com o Instituto Nacional do Câncer (Inca), em 2012, foram registrados quase 135 mil casos — sendo 62.680 em homens e 71.490 em mulheres. “Felizmente, apenas 5% desses casos são melanoma. Os outros tipos — não melanoma — também podem matar, mas bem menos. A combinação de praia, sol e pele bronzeada nas férias de Verão pode levar a uma exposição excessiva e inadequada à radiação solar, o que pode causar o tumor”, disse a dermatologista.Segundo ela, “como o lazer neste período do ano está ligado ao sol, o ideal é se proteger com protetor solar de fator 30, no mínimo”. Além disso, ela explica que é importante aplicar o filtro solar meia hora antes de sair de casa e reaplicá-lo a cada duas horas. “A reaplicação também deve ser feita depois do mergulho ou em caso de suor intenso”, acrescenta.A especialista também aconselha o uso de sombrinhas e roupas finas que também acabam protegendo a pela dos raios solares. “Tudo que bloqueie a passagem da radiação solar é importante. Também é conveniente evitar a exposição solar das 10h às 16h e usar chapéus, guarda-sol e óculos escuros”, aconselhou.“É importante frisar que a exposição eventual também pode levar à formação do câncer de pele. É claro que quem se expõe sempre corre mais risco porque a radiação é cumulativa na pele, mas quem se expõe pouco e acaba se queimando muito, descascando e causando bolha também está sujeito”, disse. Ele também ressalta que pessoas que trabalham em exposição direta ao sol, como salva-vidas, pescadores e ambulantes de praia estão mais suscetíveis e, portanto, devem redobrar o cuidado.Apesar de ser mais comum em pessoas mais velhas, o câncer de pele também aparece em jovens e crianças. “A doença é relativamente raro em crianças e negros, com exceção daqueles já portadores de doenças cutâneas anteriores. Pessoas de pele clara, que vivem mais perto da linha do Equador, onde a radiação solar é maior, correm mais riscos”, afirmou. DiferençasMaior órgão do corpo humano e heterogênea, a pele pode apresentar tumores de não-melanoma de diferentes linhagens. Os mais frequentes são carcinoma basocelular, responsável por 70% dos diagnósticos, e o carcinoma epidermoide, representando 25% dos casos. O carcinoma basocelular, apesar de mais incidente, é também o menos agressivo.A descoberta da doença é feita por exame clínico e geralmente o tumor é retirado já na biópsia. “Quando a gente desconfia, suspeita de alguma coisa já retira. A menos que isso não seja possível”, ponderou.A cirurgia é o tratamento mais indicado tanto nos casos de carcinoma basocelular como de carcinoma epidermoide. Porém, o carcinoma basocelular de pequena extensão pode ser tratado com medicamento tópico (pomada) ou radioterapia.Para adultos a recomendação da especialista é ficar atento à uma pinta nova que aparecer na pele ou à uma pinta que já existia e começou a crescer ou mudar de cor. Feridas que não cicatrizam também já são sinais para procurar um dermatologista. “Qualquer coisa diferente na pele é melhor tirar a dúvida”, recomendou.Como qualquer câncer, o diagnóstico precoce é essencial para a cura de todos os tipos da doença, inclusive do melanoma. O melanoma também pode ser retirado na biópsia, mas geralmente exige mais cuidados e pode levar a uma segunda cirurgia. “O melanoma é o vilão dos cânceres de pele.”É a proliferação incontrolável de células cutâneas anormais. A sua incidência global não é reconhecida, pois muitos cânceres de pele não são reportados pelos próprios médicos e vários não chegam a ser tratados. O que causa câncer de pele?A maioria dos cânceres de pele é causada pela radiação solar, e atingem principalmente as regiões do corpo mais expostas à luz solar. No entanto, alguns cânceres também estão relacionados com doenças cutâneas prévias, fatores irritadiços crônicos, como cicatrizes de queimaduras, exposição a agentes químicos, como o arsênio, mostarda nitrogenada e alcatrão.Qual é o principal fator causador do câncer?A exposição excessiva aos raios ultravioletas, UVA e UVB é o principal fator de risco para o câncer de pele. O problema é agravado pelo aumento à exposição solar e a longevidade cada vez maior da população.Quais são os sintomas da doença?Qualquer lesão da pele com aspecto de nódulo, tumor ou mancha. Pode haver sangramento ou não.O câncer de pele tem cura?Se diagnosticado em estágios iniciais, o câncer de pele tem 100% de cura.Como é feito o tratamento?O principal tratamento para o câncer de pele é a cirurgia. Em alguns casos, principalmente nos casos avançados, a radioterapia e a quimioterapia também podem ser utilizadas.Como se prevenir?Proteção solar. Evitar o sol nos horários entre as 10h e 16h; evitar o sol em excesso; evitar câmaras de bronzeamento artificial; usar protetor solar com Fator de Proteção Solar (FPS) no mínimo 15; reaplicar o protetor a cada 2h; aplicar o protetor solar cerca de 30 minutos antes de se expor ao sol; além do protetor solar utilizar bonés, chapéus, roupas compridas, óculos escuros e procurar sempre lugares com sombra. Fonte: Hospital do Câncer de Barretos