Ao anunciar que o contrato de Tite não será renovado, o presidente do Corinthians, Mário Gobbi, fez uma afirmação óbvia. Disse que só saberemos se a decisão foi correta para o clube no decorrer da próxima temporada.Esperar com expectativa os resultados de uma nova comissão técnica é o papel do torcedor. Esse sim fica no aguardo, animado com grandes contratações ou pessimista com decisões ruins.O papel da diretoria é outro. Não é apenas mudar e ver o que vai dar, embora não exista mesmo outra maneira de saber se vai dar certo. Cabe ao dirigente analisar todas as possibilidades com atenção, tentar antever as perdas e ganhos e, então, tomar uma decisão.Se parou para analisar o trabalho de Tite, Gobbi concluiu que a temporada de 2013 não foi das melhores, já que o time, pela primeira vez após quatro edições, não se classificou para a Libertadores. A campanha no Brasileirão deixou a desejar, na Copa do Brasil o time parou nas quartas de final e nas outras duas competições, é sempre bom lembrar, o Corinthians foi campeão. No Paulista, impediu o tetra do Santos. Na Recopa Sul-Americana, ganhou um troféu em cima do rival do Morumbi.O desempenho de 2013 não foi brilhante, mas também não foi de todo ruim. Contando os dois anos anteriores, vemos então que Tite não apenas é o técnico que mais conquistou títulos no clube, como também ganhou, de forma brilhante, a tão desejada Libertadores e o Mundial de Clubes.Trocar um treinador com esse currículo e tão identificado com o clube é uma decisão inteligente? Eu acho que não e o São Paulo do tricampeão brasileiro Muricy Ramalho é o melhor exemplo de que ninguém deve ser tolo a ponto de abrir mão de um treinador tão vencedor por causa de um campeonato mediano.E se Tite não serve mais por não ter conseguido bons resultados em 2013, por que escolher Mano Menezes? Foi mal na Seleção (que melhorou muito com Felipão), foi mal no Flamengo (que melhorou com Jayme) e agora é visto como uma opção melhor do que Tite? Minha análise pode estar equivocada e, assim como Gobbi e a Fiel, terei de esperar para saber se deu certo ou não. Mas, para a imprensa, daqui a alguns meses ou anos será muito fácil concluir se o presidente tomou uma decisão correta ou não. Para o Corinthians, caso o erro seja do tamanho do cometido pelo São Paulo em 2009, será bem difícil voltar ao estágio vencedor em que se encontra hoje.
