XEQUE-MATE

E agora, José?

16/11/2013 às 05:00.
Atualizado em 26/04/2022 às 14:33

No dia da Proclamação da República, o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Joaquim Barbosa decidiu não tirar folga e terminar um serviço que havia muito tempo estava pendente. No meio da tarde, ele despachou a ordem de prisão para 12 condenados pelo esquema do mensalão. Entre eles, o ex-ministro-chefe da Casa Civil José Dirceu, braço direito do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e mentor do esquema. Dirceu escreveu uma “carta ao povo brasileiro” antes de se entregar à polícia. Disse que cumpriria o que manda a Constituição, mas falou de “injustiça da Justiça”. A comemoraçãoDirceu não foi sozinho para a prisão. Figuras polêmicas do esquema, como os ex-dirigentes do PT José Genoino e Delúbio Soares estão no mesmo barco. O delator do esquema, o ex-deputado Roberto Jefferson, também não escapou da cadeia. Alguns condenados fizeram gestos que pareciam de comemoração ao serem presos, como Genoino, que gritou na porta da Polícia Federal: “viva o PT”. Outros preferiram alegar que estavam sendo privados da liberdade injustamente.   Meu amigo Zé Como forma de retribuir a carta de apoio divulgada por Dirceu em 2011, o prefeito cassado Hélio de Oliveira Santos (PDT) divulgou ontem em seu blog um texto no qual comenta a decisão do Supremo Tribunal Federal (STF), de decretar a prisão dos envolvidos com o esquema do mensalão. Culpa da imprensaHélio elogia a quem chama de “amigo Dirceu” e diz que o petista já cumpre pena em regime domiciliar desde que o julgamento passou a ser tema da mídia. Hélio também aproveitou para sair em defesa de Dirceu, que segundo ele “passou por uma década de restrição ao exercício de sua plena cidadania, num Brasil que se diz democrático”. Os dois, de certa forma, responsabilizam a imprensa pelas denúncias que acabaram com a prisão. Uso políticoNo auge da crise política em Campinas, Dirceu divulgou também em seu blog um texto no qual acusava o Ministério Público (MP) de ter feito “uso político” da investigação do Caso Sanasa e de ter “acobertado” os fatos que, na época, envolviam o PSDB. Não adiantou. Hélio foi cassado em agosto de 2011. Dirceu chegou a vir a Campinas para tentar evitar, posteriormente, a cassação de Demétrio Vilagra (PT), o que também não conseguiu. Agora é a vez do político receber o apoio dos amigos. MilitantesE militantes do PT estiveram ontem na frente da sede da Polícia Federal em São Paulo também para oferecer apoio aos companheiros presos. Por falar em DirceuCom os rumores de que o presidente da Companhia de Desenvolvimento do Polo de Alta Tecnologia de Campinas (Ciatec), Luiz Carlos Rocha Gaspar, deve deixar o cargo até o fim do mês, nos bastidores se comenta que o momento é mais do que oportuno, já que Gaspar e José Dirceu mantinham relações próximas.   EspelhoLogo que o escândalo de corrupção conhecido como Caso Sanasa veio à tona em Campinas, houve uma comparação imediata com o mensalão. Não pela modalidade dos crimes praticados, mas pelo envolvimento de agentes públicos em irregularidades que causaram prejuízos aos cofres públicos. A opinião geral nos dois casos era de que não haveria condenação e as duas histórias terminariam em pizza. A história dessa vez foi diferente para o mensalão que chega ao fim. O Caso Sanasa ainda está em julgamento em primeira instância. 

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