TEATRO

Duas gerações da família celebram obra de Paulo Gracindo em "Canastrões"

Com texto e direção do espanhol Moncho Rodriguez, peça fica em cartaz até 31/3

Delma Medeiros
01/03/2013 às 05:01.
Atualizado em 26/04/2022 às 02:39
Gracindo Júnior (à esq.) é um dos destaques de "Canastrões" (Divulgação)

Gracindo Júnior (à esq.) é um dos destaques de "Canastrões" (Divulgação)

Duas gerações da família Gracindo se juntam no palco para uma reflexão sobre o papel do ator no mundo atual, com o espetáculo "Canastrões", texto e direção do espanhol Moncho Rodriguez, que também assina figurinos, cenários e iluminação. A montagem integra a série de homenagens que filho e netos — Gracindo Junior e seus filhos Gabriel e Pedro —, prestam ao eterno “bem-amado” Paulo Gracindo pelo centenário de seu nascimento (1911-1995).

“Canastrão virou sinônimo de mau ator, mas na verdade canastras são os grandes baús que os velhos atores levavam nos carroções com seus figurinos, maquiagem, adereços, sonhos. Na época em que os atores não encenavam em salas de espetáculos, mas nas ruas, praças, em cima das carroças”, explica Gracindo Junior.

Segundo ele, hoje os atores têm mais reconhecimento, principalmente pela TV e cinema, e esqueceram um pouco da essência do ofício do ator, que de início não tinha esse glamour, era mais mambembe, quase marginal. “No palco falamos do ofício do ator, lembrando um dos maiores atores desse País, que é o meu pai, Paulo Gracindo”, diz Gracindo Junior, que se une aos filhos no palco para contar essa história.

A peça tem toques de espetáculo musical e visual caprichado, com cenário e figurinos inspirados na Idade Média, além de máscaras e marcações corporais que remetem à commedia dell’arte e a grupos mambembes. “É um espetáculo divertido, com uma luz e figurinos lindos. Nós a classificamos como ‘comédia poética’, porque tem um texto sofisticado, mas leve, agradável, aberto a todas as manifestações”, afirma o ator.

Gabriel Gracindo, o filho mais velho é ator, escritor e já trabalhou com o pai em duas produções. “Dirigi um espetáculo em que ele atuava e outro em que escreveu o texto”, conta Gracindo Junior. Pedro enveredou pela música — toca vários instrumentos durante o espetáculo — mas depois a herança familiar se manifestou e também aderiu ao teatro. “É um espetáculo construído a cada apresentação, trata-se de uma aula de teatro para todas as idades. No palco, é como se os três — eu, Gabriel e Pedro Gracindo — fossem um ator só”, resume Gracindo Junior.

A dramaturgia mostra histórias, sonhos e desejos, levando os personagens a mergulhar na história do teatro, com referências a clássicos como "Hamlet" e "Macbeth", de Shakespeare; e "Antígona", de Sófocles. A história se desenrola em rimas, alternando monólogos a diálogos bem-humorados.

"Canastrões" estreou em Póvoa do Lanhoso, em Portugal, seguiu turnê pelo Norte do país ibérico por dois meses, passando por Porto e Lisboa. Depois cumpriu temporada no Rio de Janeiro, entre junho e outubro do ano passado; e esteve em Recife, em janeiro último. “Agora estamos trazendo a montagem para Campinas, uma cidade fantástica para teatro”, diz Gracindo Junior.

Serviço

O quê: "Canastrões"

Quando: Até 31/3, sextas e sábados, às 21h; e domingos, às 19h

Onde: Teatro Amil, no Parque Dom Pedro Shopping, Av. Guilherme Campos, 500, Santa Genebra, Campinas, telefone: (19) 3756-9890

Quanto: De R$ 20,00 (meia) a R$ 50,00

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