GUTO SILVEIRA

Duas cidades

Guto Silveira
15/04/2013 às 00:00.
Atualizado em 25/04/2022 às 20:29

A conversa está nas ruas, nas esquinas. Com quem se conversa a impressão que se tem é que Ribeirão Preto passou a ter o comportamento de duas cidades. Uma delas é movida pela iniciativa privada, que embora não venha imprimindo grande velocidade, anda sempre para a frente. A outra é a vida pública, que tem provocado poucos motivos para comemoração. Ou praticamente nenhum. Há pouca impressão da presença de governo nas ruas. A população está apática e a Administração Municipal, enfraquecida pela cassação dos mandatos dos dois principais ocupantes do Palácio rio Branco, tem demonstrado pouca capacidade de reação. Há um patinar modorrento nas coisas públicas. Isso porque a Câmara Municipal tem feito o favor de colaborar para as poucas ações políticas da cidade. Os poucos e quase insignificantes projetos da pauta de votações não têm levado a discussões políticas proveitosas. Há uma letargia. Nem é possível dizer que o poder público tem acompanhado as ações do setor privado. Pode até existir vontade, mas as condições estão ausentes. As pendências se amontoam. Os problemas se juntam. E não aparece uma ideia nova sequer. Apenas o socorro a situações que já ocorreram. Chega a ser triste ver que as duas cidades não se encontram. E que o município viva um marasmo injustificável. Ribeirão merece mais. Muito mais.

UPA DO QUINTINO

A prefeita Dárcy Vera (PSD) disse na sexta-feira que o ministro da Saúde, Alexandre Padilha, deve vir a Ribeirão Preto nos próximos dias para acompanhar o lançamento do edital da Unidade de Pronto Atendimento (UPA) do Quintino. Para quem não se lembra, ela disse durante a campanha eleitoral do ano passado que a UPA seria entregue ainda neste ano. Está tudo devidamente gravado para a futura cobrança.

VILA LOBATO

Quando fez a afirmação sobre o prazo da UPA do Quintino, ela disse que tudo estava adiantado. Questionada porque a Administração Municipal não conseguia terminar uma reforma do Centro Social Urbano da Vila Lobato, a prefeita telefonou para o secretário de Obras, Abranche Fuad Abdo, e este lhe explicou que houve um problema de projeto. O problema de projeto persiste, já que a obra, que deveria ter sido concluída no final de 2011, ainda continua sem terminar. Não se sabe quando os usuários terão novamente do Centro Social a funcionar.

ATÉ O PADRE

“Queridos e Bons Amigos! São Sebastião, protetor de Ribeirão Preto, deve estar pedindo a intercessão de Nossa Senhora por uma administração mais ética, justa e que pense também nos pobres. Além de ler as manifestações anexas, rezemos a Ave Maria de Schubert, mesmo cantada em alemão. Quem sabe a Justiça Divina não seja, desta vez, "barganhada". Os Justos não precisam de "cargos e nem de prestígios". Basta que todos sejam respeitados com igual dignidade humana. Com ternura e esperança, meu abraço”. A mensagem acima foi distribuída, por e-mail, pelo padre Gilberto Kasper, da Igreja Santo Antoninho. Nem o padre está paciente com a Administração.

OUTDOOR DA AGRSHOW

O anexo que ele cita na mensagem faz menção à possível colocação de outdoors nas proximidades da Agrishow também neste ano, como no ano passado. A Lei da Cidade Limpa proíbe a colocação. Naquela ocasião, o ex-vereador Marcelo Palinkas (PSD) denunciou o fato e disse que cobraria do secretário da Fazenda que multasse a empresa. Pela Lei da Cidade Limpa e o número de placas colocadas, o valor da multa seria de R$ 610 mil. Não se tem notícia da cobrança.

TUDO RESOLVIDO?

Na época, Marcelo Palinkas dizia que Ribeirão Preto parecia cidade sem dono, onde cada um fazia o que bem entendesse. Hoje está no governo, como secretário municipal de Esportes. Espera-se que o cargo não o tenha feito mudar de opinião a respeito das multas e da cidade “meio” sem governo que ele citava da tribuna da Câmara.

ANTENAS

A Câmara de Sertãozinho vota na sessão desta segunda-feira (15) uma criação de uma Comissão de Assunto Relevante para estudar e acompanhar o licenciamento para instalações de antenas de telefones celulares. O requerimento é do vereador Fabiano Trigo (PSDB). Em Ribeirão Preto as antenas seguem sendo instaladas em desacordo com a lei, que prevê distância mínima de 30 metros de residências.

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