Cavalo ficou 10 h no terreno baldio e depois de três horas ele foi retirado do local e levado para o curral ( Divulgação)
Maus-tratos, agonia, dificuldade de resgate. Foi essa a situação de um cavalo que estava em um terreno baldio, desde a noite de segunda-feira (6), e que só foi resgatado na tarde de terça-feira (7), com um caminhão da Secretaria Municipal de Obras (Semob), depois que seis pessoas se uniram para arrastar o animal, após amarrá-lo em um colchão.O fato aconteceu na Rua Virgílio Furlan, na Pauliceia, em Piracicaba, e o problema só foi solucionado por volta das 16h. Toda a ação foi acompanhada pelo vereador Laércio Trevisan Júnior, que disse que irá entrar com uma representação para abertura de inquérito civil, no Ministério Público, por omissão continuada. É que, segundo ele, há três anos tenta fazer com que a prefeitura compre outro caminhão para resgate de animais de grande porte - inclusive fez uma emenda no ano passado -, mas até agora permanece sem resposta.O caso, de acordo com Trevisan, teve início às 10h da manhã, conforme lhe disse uma moradora das proximidades. Às 13h, ele foi chamado. Sabe-se que o animal, que estava sem as ferraduras, pertence a um homem que o utilizava na coleta de papelão.“Fui para o local, chamei a Sedema (Secretaria Municipal de Defesa do Meio Ambiente), mas o caminhão está quebrado há seis meses. Liguei para secretários, para o curral e às 16h nada estava resolvido. Liguei para a Semob e pedi um munck, o que foi atendido”, declarou o vereador.Com ajuda de assessores de Trevisan, uma veterinária do zoológico e guardas civis do Pelotão Ambiental, o cavalo foi amarrado em um colchão, arrastado até certo ponto do terreno.“Um guarda fez a amarração e o cavalo foi içado a quatro metros de altura, colocado no caminhão da Semob”, destacou o vereador. “Tivemos problemas em resgatar animais de grande porte em janeiro, fevereiro, abril. É preciso tomar providências. Não dá para continuarem empurrando com a barriga”, completou Trevisan. Segundo apurou a Gazeta, às 18h30 o cavalo havia recebido quatro bolsas com soro e começava a dar sinais de recuperação. SEDEMAA Secretaria Municipal de Defesa do Meio Ambiente informou que o responsável pelo animal é o proprietário e que ele não foi localizado pelo Pelotão Ambiental. O proprietário deverá ser punido pelos maus tratos. Informou, ainda, que a Prefeitura possui um decreto regulamentado pela Lei Complementar 265/2010, sancionada pelo ex-prefeito Barjas Negri, que era compromisso com entidades protetoras de animais e vereadores, o qual garante a defesa e proteção dos animais da chamada fauna urbana, ou seja, os domésticos: cães, gatos, pássaros e outros, principalmente, contra os maus-tratos. Este decreto estabelece penalidades e fixa os valores das multas, que variam entre R$ 150,00 e R$ 1.500,00 de acordo com a sua natureza. Este Decreto regulamenta a aplicação das penalidades de acordo com a natureza: leve, média, grave e gravíssima.