MAUS-TRATOS

Drama de resgate de cavalo dura 10 horas em Piracicaba

Dono irresponsável deixa cavalo machucado em terreno. Prefeitura tenta resgatar, mas não tem veículo adequado ao transporte do animal

Adriana Ferezim
07/07/2015 às 21:01.
Atualizado em 28/04/2022 às 16:28
Cavalo ficou 10 h no terreno baldio e depois de três horas ele foi retirado do local e levado para o curral (  Divulgação)

Cavalo ficou 10 h no terreno baldio e depois de três horas ele foi retirado do local e levado para o curral ( Divulgação)

Maus-tratos, agonia, dificuldade de resgate. Foi essa a situação de um cavalo que estava em um terreno baldio, desde a noite de segunda-feira (6), e que só foi resgatado na tarde de terça-feira (7), com um caminhão da Secretaria Municipal de Obras (Semob), depois que seis pessoas se uniram para arrastar o animal, após amarrá-lo em um colchão.O fato aconteceu na Rua Virgílio Furlan, na Pauliceia, em Piracicaba, e o problema só foi solucionado por volta das 16h. Toda a ação foi acompanhada pelo vereador Laércio Trevisan Júnior, que disse que irá entrar com uma representação para abertura de inquérito civil, no Ministério Público, por omissão continuada. É que, segundo ele, há três anos tenta fazer com que a prefeitura compre outro caminhão para resgate de animais de grande porte - inclusive fez uma emenda no ano passado -, mas até agora permanece sem resposta.O caso, de acordo com Trevisan, teve início às 10h da manhã, conforme lhe disse uma moradora das proximidades. Às 13h, ele foi chamado. Sabe-se que o animal, que estava sem as ferraduras, pertence a um homem que o utilizava na coleta de papelão.“Fui para o local, chamei a Sedema (Secretaria Municipal de Defesa do Meio Ambiente), mas o caminhão está quebrado há seis meses. Liguei para secretários, para o curral e às 16h nada estava resolvido. Liguei para a Semob e pedi um munck, o que foi atendido”, declarou o vereador.Com ajuda de assessores de Trevisan, uma veterinária do zoológico e guardas civis do Pelotão Ambiental, o cavalo foi amarrado em um colchão, arrastado até certo ponto do terreno.“Um guarda fez a amarração e o cavalo foi içado a quatro metros de altura, colocado no caminhão da Semob”, destacou o vereador. “Tivemos problemas em resgatar animais de grande porte em janeiro, fevereiro, abril. É preciso tomar providências. Não dá para continuarem empurrando com a barriga”, completou Trevisan. Segundo apurou a Gazeta, às 18h30 o cavalo havia recebido quatro bolsas com soro e começava a dar sinais de recuperação. SEDEMAA Secretaria Municipal de Defesa do Meio Ambiente informou que o responsável pelo animal é o proprietário e que ele não foi localizado pelo Pelotão Ambiental. O proprietário deverá ser punido pelos maus tratos. Informou, ainda, que a Prefeitura possui um decreto regulamentado pela Lei Complementar 265/2010, sancionada pelo ex-prefeito Barjas Negri, que era compromisso com entidades protetoras de animais e vereadores, o qual garante a defesa e proteção dos animais da chamada fauna urbana, ou seja, os domésticos: cães, gatos, pássaros e outros, principalmente, contra os maus-tratos. Este decreto estabelece penalidades e fixa os valores das multas, que variam entre R$ 150,00 e R$ 1.500,00 de acordo com a sua natureza. Este Decreto regulamenta a aplicação das penalidades de acordo com a natureza: leve, média, grave e gravíssima.

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