JOSÉ DE NADAI (Divulgação)
Vem de muito longe, da mais antiga tradição cristã, desde o início do primeiro século de nossa era, o costume de os cristãos se reunirem no primeiro dia da semana, o domingo, para celebrar a Páscoa do Senhor. O domingo pode ser considerado, portanto, uma instituição da Igreja Apostólica, da primeira geração de cristãos. O Senhor ressuscitou no primeiro dia da semana, daí sua denominação – domingo – dia do Senhor. As aparições do Ressuscitado aconteciam também no domingo, a vinda do Espírito Santo também acontece no domingo (At 2,1-12), durante a reunião dos discípulos e mulheres discípulas (Jo 20, 1.19)
É sabido que o povo judeu se reunia aos sábados em suas sinagogas para celebrar as maravilhas de Deus, especialmente a criação, a libertação da situação de escravos e a aliança aos pés do Monte Sinai – Eu sou vosso Deus, o único Senhor e vós sois o meu povo. O sábado continua sendo o dia do culto e do repouso para a Comunidade Israelita. É a sua Páscoa.
Os cristãos, porém, celebram a nova Páscoa e a nova e definitiva aliança de Deus com o novo povo, no domingo, devido à ressurreição de Jesus Cristo.
O conteúdo essencial do domingo, consiste na reunião dos cristãos em assembleia, na qual o Senhor se torna presente – como acontecia em suas “aparições” depois da ressurreição – pela palavra e especialmente pela Eucaristia, lugares privilegiados e sacramentos da presença viva do ressuscitado.
“Neste sentido, o domingo não é mera transposição do sábado dos judeus para os cristãos. A criação, a redenção e a nova criação em Cristo são celebradas e pela celebração tornam-se presentes, sobretudo pela Assembleia Eucarística Dominical, com tudo o que comporta” (Fr. A. Beckhauser).
Todavia, temos um longo caminho a percorrer até que os católicos tomem consciência do profundo sentido religioso e sacramental do domingo, como o dia do encontro dos filhos na casa do Pai e dos discípulos de Jesus em torno da mesa da palavra e do pão para a celebração da Ceia do Senhor.
Ao longo da semana os cristãos estão dispersos pela cidade nos seus afazeres: pessoais, familiares, profissionais e sociais.
No domingo são convidados ao repouso e ao descanso e também convocados como Igreja para a celebração dos sagrados mistérios na alegria do encontro de irmãos.
As comunidades cristãs que não podem ter a Eucaristia, reúnem-se em Assembleia para a celebração dominical da palavra, que torna presente o Mistério Pascal no amor que congrega, na palavra acolhida e na oração comunitária (Documento de Aparecida 253).
A legislação trabalhista (CLT) prescreve um descanso semanal de 24 horas seguidas, o qual deverá coincidir com o domingo, salvo motivo de conveniência pública ou necessidade imperiosa do serviço. Infelizmente, a vida moderna, pautada muito mais pelas leis do mercado, do lucro e do consumo do que pelas necessidades humanas de repouso, descanso e religiosas (de qualquer culto), consegue tantas brechas que os trabalhadores muitas vezes ficam privados desse benefício.
Faça do domingo um Ponto de luz!