CARLO CARCANI

Do jeito que o torcedor gosta

Carlo Carcani
carlo@rac.com.br
02/05/2013 às 22:28.
Atualizado em 25/04/2022 às 17:49

É muito fácil responder algumas perguntas sobre a F-1 Qual piloto tem mais títulos mundiais? Quem venceu mais corridas? Qual foi o mais novo a vencer um GP? E o mais velho? Quem ganhou mais corridas seguidas? Quem fez mais poles?

A discussão vai longe, e geralmente não leva a lugar nenhum, quando a questão é subjetiva. Quem foi o melhor piloto de Fórmula 1 de todos os tempos?

Muitos vão usar números para citar Michael Schumacher (a resposta para quatro perguntas da lista aí de cima), outros vão exaltar as qualidades de seu piloto preferido e alguns vão escolher qualquer um que não esteja entre os grandes só para alimentar a discussão.

É uma questão muito subjetiva e por isso mesmo respeito a opinião de todos, até da turma do contra. Mas na minha avaliação não há a menor dúvida. Ayrton Senna foi o melhor de todos. E não me baseio apenas em tudo o que vi ele fazer, mas também no que pilotos, engenheiros, chefes de equipe e jornalistas especializados falam sobre ele até hoje, 19 anos após a sua morte.

Ayrton não era apenas muito rápido, inteligente e arrojado. Ele não foi o que foi apenas por causa de seu enorme talento para pilotar. Ele não foi o que foi apenas porque não tinha medo de frear no último instante.

Ayrton é o melhor piloto da história porque sempre associou o seu incomparável talento a uma ainda mais impressionante vontade de vencer. Ele era perfeccionista e não se contentava apenas com tudo o que seu talento poderia lhe oferecer. Ele trabalhava duro para acertar o carro, analisava cada detalhe da pista e passava todas as informações possíveis para que a equipe pudesse lhe entregar um carro melhor.

Para os torcedores brasileiros que o viram em ação, é difícil mesmo se acostumar com a Fórmula 1 que temos hoje.

Revi um vídeo de Senna, em que ele diz o que todo torcedor gostaria de ouvir de seu ídolo: “Ou você se compromete como um profissional que quer vencer corridas ou você chega em segundo, terceiro, quinto. Eu não fui feito pra chegar em terceiro, quarto, quinto. Eu corro para vencer.”

E Senna era assim mesmo. Extremamente talentoso, extremamente ousado e extremamente dedicado. É essa combinação única que faz dele o melhor piloto de todos os tempos.

Casos assim são raríssimos. Em esportes coletivos, então, quase não se vê. Vamos tomar por base a Seleção Brasileira.

Alguém consegue ver todos os envolvidos com a Seleção, do presidente da CBF ao ponta-esquerda, passando pela comissão técnica, empenhados em melhorar um detalhe aqui e outro ali? Alguém consegue imaginar todos os jogadores estudando os adversários, a direção marcando amistosos contra times decentes e o treinador convocando apenas os melhores, trabalhando duro para vencer sempre?

É por isso que Senna é único.

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