Discussão miúda

Quem assiste a todas as sessões da Câmara Municipal começa a ter a impressão de que Ribeirão Preto merece ter melhores vereadores. Há uma discussão miúda que carece de melhor preparo. Não se pode generalizar –há boas exceções na situação e na oposição- mas na maioria os discursos são frágeis, pouco elucidativos e com desvios perceptivos ao mais rápido olhar. É sempre a oposição atacando o governo atual e a situação criticando governos anteriores. Podem até dizer que faz parte do jogo político, mas mesmo os ataques e defesa soam como meras retóricas de quem pouco se preparou para qualquer embate. Há os que ficam calados justamente por não ter o que dizer. Principalmente os da bancada governista. Pouco entram na discussão. E não é apenas após a decisão de primeira instância que cassou a prefeita e o vice. A situação perdura desde o período eleitoral. Parece uma bancada envergonhada. E nas raras vezes que buscam defender, aparecem com críticas a outras gestões, para tentar justificar falhas de um governo em segundo mandato. Dá sono ouvir certos discursos. Até por saber que por trás das palavras às vezes gritadas se escondem vários outros fatores para a ação. Ás vezes chega a ser irritante.

TODOS DE CRAVINHOS

Ribeirão Preto pediu “emprestado” a Cravinhos promotor e juiz eleitoral para julgar as contas de campanha do candidato derrotado a prefeito de Ribeirão João Gandini (PT). O promotor Sebastião Sérgio da Silveira se declarou suspeito para atuar e foi nomeada uma promotora de Cravinhos. Agora o presidente do Tribunal Regional Eleitoral (TRE), Alceu Penteado Navarro, nomeou Alexandre Young Abrahão, Juiz Eleitoral da 193ª Zona Eleitoral, de Cravinhos, para julgar as contas, em substituição ao juiz Guacy Sibile Leite, que também alegou suspeição

MUITOS AMIGOS

Certamente qualquer promotor ou juiz eleitoral de Ribeirão Preto que tivesse a incumbência teria tomado a mesma decisão de alegar suspeição. Gandini, juiz aposentado, fez muitos amigos no Judiciário e no Ministério Público. Até por não se limitar aos trabalhos de gabinete, atuando em projetos sociais com o envolvimento de parceiros que atuavam com ele.

COISAS INCOMPLETAS

Ribeirão Preto se prepara para revisar o plano diretor em obediência à legislação federal. O estranho é revisar um plano incompleto, já que a lei do Mobiliário Urbano nunca foi votada e a Lei de Parcelamento uso e Ocupação do Solo, por uma lambança da Prefeitura e da Câmara, está incompleta e ineficiente (para não dizer inaplicável). Coisas de uma cidade onde a responsabilidade política não tem sido levada muito a sério.

SEM CONCHAVOS

O vereador Beto Cangussú (PT) bateu forte na direção do Sindicato dos Servidores Municipais na sessão de quinta-feira. Primeiro ele elogiou a participação dos funcionários públicos em manifestação na Câmara, mas atacou a direção da entidade, principalmente seu presidente, Wagner Rodrigues. “O que vocês estão fazendo hoje é democracia. Mas não pode é o líder depois fazer conchavos de bastidores. Isso é negativo. Tomem cuidado quando o representante dos trabalhadores está ao lado dos representantes do patrão”, discursou.

MAIS EXPLICAÇÕES

Se a adesão do PCdoB à mega coligação que reelegeu a prefeita Dárcy Vera (PSD), hoje cassada por sentença de primeira instância, ainda não chegou a ser bem explicada pelo presidente do partido na cidade, o mesmo Wagner Rodrigues, não será desta vez que encontrará palavras para explicar a defesa do aumento de até 130% no IPTU. Até porque a explicação não tem nenhuma beleza.