Guto Silveira (CEDOC)
No caso da aprovação de empréstimos do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) para a Prefeitura, na Câmara, ocorrido nesta quinta-feira (22), os vereadores de situação e oposição fizeram discursos desencontrados e pouco informativos. Além de falhos. A situação consegue enxergar apenas as obras que renderão bons dividendos eleitorais, sem se preocupar com a grande dívida que vai restar para os contribuintes pagarem a partir de 2018. Os vereadores apontam, por exemplo, que a arrecadação da Prefeitura vai duplicar nos próximos quatro anos, sem dizer de onde tiraram essa conta. Pode ser de algum aumento de imposto, como do IPTU. E asseguram com voz grave que o pagamento exigirá apenas 10% da arrecadação na época em que se iniciarem os pagamentos. Os mais convictos apontam que quando o empréstimo começar a ser pago faltará menos de um ano para se encerrar o pagamento dos 28,35% aos servidores municipais, que, dizem exige muito mais. Tudo está correto. A arrecadação pode subir e os pagamentos serem substituídos. Já os integrantes da oposição vêem o empréstimo como um bicho papão que vai detonar as finanças municipais. Também não estão errados. Mas bem poderiam apresentar aos governistas dois básicos argumentos. Para pagar os 28,35% aos servidores e manter um sofrido funcionamento da máquina pública, a Prefeitura tem buscado recursos até considerados irregulares pela Justiça, como a venda de áreas ao Daerp e a retirada de recursos do Instituto de Previdência dos Municipiários (IPM). Outro ponto é muito simples. É só pedir aos situacionistas que apontem sobra de 2% do Orçamento dos últimos quatro anos no caixa da Prefeitura. Não vai existir, porque os recursos faltam. Então, como 10% pode ser pouco daqui a quatro anos e meio se não sobram meros 2% do Orçamento hoje. Será necessária alguma magia. O recado está dado, mesmo após a aprovação da dívida. EXPLICAÇÕES ATRASADASMais de 24 horas depois de pedir o adiamento do julgamento do recurso da prefeita Dárcy Vera (PSD) e do vice-prefeito marinho Sampaio (PMDB), no Tribunal Regional Eleitoral (TRE), o advogado que representa o deputado federal Duarte Nogueira (PSDB-SP) resolveu dar explicações sem nada de concreto apontar. A nota enviada aos veículos de comunicação, e publicada abaixo, não informa os motivos do pedido de adiamento e, por isso, persistem suspeitas sobre o que levou o tucano a pedir o adiamento. ESTRANHEZA?Segue a nota assinada pelo advogado Ricardo Penteado. “O pedido de adiamento de julgamento é corriqueiro e natural em qualquer órgão da Justiça. Trata-se de uma prerrogativa do advogado que exerce esse direito quando quer realizar sustentação oral. Causa muita estranheza a tentativa dos réus de transformar esse assunto forense num cenário de suspeitas contra a própria Justiça Eleitoral e seus juízes. É tática diversionista para tirar o foco sobre os ilícitos que praticaram durante as eleições, falsificando férias para os servidores que participaram da campanha custeados com o dinheiro do contribuinte. Ao invés de dar satisfações sobre os seus malfeitos, os réus preferem desqualificar os advogados e colocar a Justiça Eleitoral sob suspeita. Além de desleal, isso é deselegante”. Tudo que quiseram dizer, está dito. AÉCIO NEVESO presidente nacional do PSDB, senador Aécio Neves, participa, nesta sexta-feira (23), em Ribeirão Preto, de encontro com lideranças políticas da região. A reunião do tucano, que é pré-candidato à Presidência da República, com os demais integrantes do PSDB está marcada para as 20h no Hotel Plaza Inn (Rua Rui Barbosa, 1120). PERNA DE PAU?Durante a instalação da CPI do Transporte Coletivo, foi justificada a ausência de Samuel Zanferdini (PMDB) por estar de licença médica, com o joelho fraturado. O vereador Walter Gomes (PR) não perdoou. “Deve ter ido jogar bola, mas não é craque como eu, quebra mesmo”, disse, arrancando risos dos presente, para em seguida enumerar quem são os vereadores, além dele, que tem familiaridade com a bola. NOMES E PLURAISFoi também de Walter Gomes os momentos de descontração da instalação da Comissão. Com problemas de dicção ou leitura, o vereador não consegue reproduzir o plural em suas falas. Chama, por exemplo, o vereador Rodrigo Simões (PP), de Rodrigo Simão. Mas inovou ao chamar Bertinho Scandiuzzi (PSDB) de Scandiouro. E explicou que isso é porque considera o colega um homem de ouro. Nada mais autêntico para quem vive em um “ringue”.