A afirmação de que grande parte do dinheiro público brasileiro vai para o ralo é comum nos discursos inflamados de quem busca um mandato. E vai mesmo. Por ineficiência, desleixo ou motivações políticas e pessoais. Em Ribeirão Preto, também parte do dinheiro vai para o ralo em vazamentos de água pura e limpa. Mas há muito tempo, desde muitas administrações, o dinheiro do contribuinte vai para o buraco, no sentido literal da palavra. Para os buracos das ruas, sem qualquer serventia. São muitos os casos em que um buraco no asfalto é tapado duas vezes em um prazo de dez dias, porque o primeiro conserto foi feito de qualquer jeito, sem cuidado ou técnica que permitisse a duração do trabalho. Sem querer ensinar técnicos, mas partindo de exemplos do mesmo serviço em rodovias, a ação de tapar buracos deveria ser melhor realizada, com a abertura do buraco para consertar também suas extremidades, sem deixar ressaltos absurdos. Para evitar o desgaste prematuro, também deveria ser feito à noite e finais de semana com interdição do tráfego de veículos para o período de secagem. Custaria mais caro? Certamente. Não precisaria ser repetido com tanta frequência. E, com isso, os motoristas deixariam de espalhar restos de asfalto pelas ruas e de levar as pedrinhas pretas para casa no fundo dos assoalhos de seus carros. Pensem nisso responsáveis por buracos e que tais.
COM A PRESIDENTE
A prefeita de Ribeirão Preto, Dárcy Vera (PSD), estará em Brasília na próxima quarta-feira (6) para uma reunião com a presidente Dilma Rousseff (PT), cuja pauta será o repasse de recursos do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC II) para os municípios.
RESERVAS
Mesmo com uma arrecadação recorde para o mês de janeiro, de R$ 203,702 milhões neste ano, a Prefeitura de Ribeirão Preto registrou o menor saldo de caixa do mês desde 2007, R$ 83,104 milhões. Até naquele janeiro de seis anos atrás, com uma receita de R$ 87,365 milhões, o saldo em caixa foi maior, de R$ 85,486 milhões. Em 2008 e 2009, com contas equilibradas, o saldo de caixa foi de R$ 140,340 milhões e R$ 151,272 milhões, depois ficaram na casa dos R$ 84 milhões, com exceção de 2012, que chegou a R$ 119,224 milhões.
RESTOS A PAGAR
Foi também em janeiro deste ano que a Prefeitura pagou o maior valor de dívidas, de restos a pagar. Foram R$ 86,786 milhões, contra R$ 64,902 milhões no ano anterior, R$ 49,557 milhões (em 2011), R$ 44,70 milhões (2010), R$ 33,887 milhões (2009), R$ 21,213 milhões (2008) e R$ 10,241 milhões (2007).
CÂMARA MUNICIPAL
No mês de janeiro deste ano, a Câmara recebeu, de repasses da Prefeitura de Ribeirão, R$ 6,752 milhões. O valor é 9,8% maior que o do ano anterior, de R$ 5,876 milhões. Mas considerados os últimos quatro anos, o crescimento foi de 81,75%. Em 2010, o valor repassado foi de R$ 3,715 milhões. Está explicado o motivo da sobra de recursos do Legislativo devolvidos à Administração Municipal.