POESIA

Dia nacional da poesia: 5 poetas que você não pode deixar de ler

Nesse dia tão especial, selecionamos cinco poetas brasileiros que fizeram história no país

Fernanda Bugallo
fernanda.bugallo@rac.com.br
14/03/2015 às 16:42.
Atualizado em 24/04/2022 às 01:58

O dia nacional da poesia foi criado para difundir essa  linguagem literária, ae também para homenagear um de nossos maiores poetas, Antônio Frederico de Castro Alves, nascido na cidade de Curralinho (hoje Castro Alves), em 14 de março de 1847.     1.Castro Alves   Foto: Reprodução. Castro Alves   Castro Alves foi considerado um dos mais brilhantes poetas românticos, responsável por uma nova concepção de amor na Literatura, além de um notável entusiasmo por grandes causas sociais, como a abolição da escravatura.    Trecho de "Navio Negreiro" E ri-se a orquestra irônica, estridente... E da ronda fantástica a serpente Faz doudas espirais ... Se o velho arqueja, se no chão resvala, Ouvem-se gritos... o chicote estala. E voam mais e mais... Presa nos elos de uma só cadeia, A multidão faminta cambaleia, E chora e dança ali! Um de raiva delira, outro enlouquece, Outro, que martírios embrutece, Cantando, geme e ri!     2. Cecília Meireles     Poetisa, pintora, professora e jornalista brasileira. É considerada umas das vozes líricas mais importantes das literaturas de língua portuguesa;   Poema "Retrato"   Eu não tinha este rosto de hoje, assim calmo, assim triste, assim magro, nem estes olhos tão vazios, nem o lábio amargo.Eu não tinha estas mãos sem força, tão paradas e frias e mortas;eu não tinha este coraçãoque nem se mostra.Eu não dei por esta mudança, tão simples, tão certa, tão fácil:- Em que espelho ficou perdidaa minha face?      3. Cora Coralina     Foi uma poetisa e contista brasileira. Cora Coralina, uma das principais escritoras brasileiras, publicou seu primeiro livro aos 76 anos de idade. Mulher simples, doceira de profissão, tendo vivido longe dos grandes centros urbanos, alheia a modismos literários, produziu uma obra poética rica em motivos do cotidiano do interior brasileiro, em particular dos becos e ruas históricas de Goiás.   RessalvaVersos… nãoPoesia… nãoum modo diferente de contar velhas histórias   4. Olavo Bilac     Foi um jornalista e poeta brasileiro, membro fundador da Academia Brasileira de Letras. Criou a cadeira 15, cujo patrono é Gonçalves Dias. Conhecido por sua atenção a literatura infantil e, principalmente, pela participação cívica, era republicano e nacionalista; também era defensor do serviço militar obrigatório.   Velhas Árvores Olha estas velhas árvores, mais belasDo que as árvores moças, mais amigas,Tanto mais belas quanto mais antigas,Vencedoras da idade e das procelas...O homem, a fera e o inseto, à sombra delasVivem, livres da fome e de fadigas:E em seus galhos abrigam-se as cantigasE os amores das aves tagarelas.Não choremos, amigo, a mocidade!Envelheçamos rindo. EnvelheçamosComo as árvores fortes envelhecem,Na glória de alegria e da bondade,Agasalhando os pássaros nos ramos,Dando sombra e consolo aos que padecem!     5. Carlos Drummond de Andrade   Nasceu em Minas Gerais, em uma cidade cuja memória viria a permear parte de sua obra, Itabira. Posteriormente, foi estudar em Belo Horizonte e Nova Friburgo com os Jesuítas no Colégio Anchieta. Formado em farmácia, com Emílio Moura e outros companheiros, fundou "A Revista", para divulgar o modernismo no Brasil. No mesmo ano em que publica a primeira obra poética, "Alguma poesia" (1930), o seu poema Sentimental é declamado na conferência "Poesia Moderníssima do Brasil", feita no curso de férias da Faculdade de Letras de Coimbra, pelo professor da Cadeira de Estudos Brasileiros, Dr. Manoel de Souza Pinto, no contexto da política de difusão da literatura brasileira nas Universidades Portuguesas.   AusênciaPor muito tempo achei que a ausência é falta.E lastimava, ignorante, a falta.Hoje não a lastimo.Não há falta na ausência.A ausência é um estar em mim.E sinto-a, branca, tão pegada, aconchegada nos meus braços,que rio e danço e invento exclamações alegres,porque a ausência, essa ausência assimilada,ninguém a rouba mais de mim.

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