GUARANI

Destino dá 'empurrãozinho' na carreira de Tito

Atacante apresentado nesta segunda-feira teve de correr atrás do sonho e da sorte para virar profissional

Carlos Rodrigues
20/05/2013 às 21:06.
Atualizado em 25/04/2022 às 15:17

Se dependesse da vontade da família, a vida de Tito, apresentado oficialmente nesta segunda-feira (20/05) como novo jogador do Guarani, dificilmente estaria atrelada ao futebol. Mas o destino e o nascimento de um sobrinho fizeram com que, mesmo tardiamente, ele se tornasse atleta profissional. Depois de ver o irmão desistir da carreira, o atacante correu atrás do sonho e, mesmo sem sequer ter passado por nenhuma categoria de base, conseguiu o objetivo. Agora no Bugre, aos 26 anos, ele tenta emplacar na maior oportunidade da vida.

Nascido no Guarujá, Tito ajudou muito a família trabalhando ao lado do pai na praia. A realidade do futebol parecia muito mais próxima do irmão mais velho, Paulo. Profissional e prestes a ir para a Europa, ele tinha tudo para realizar o desejo da família, até um fato mudar todo o curso da história da família.

“Meu irmão era muito bom, jogava de volante e tinha viajado para atuar na Bahia. Ele estava para ir jogar na Holanda, mas ficou sabendo que havia engravidado a namorada no Guarujá. Um dia, quando eu e meus pais tínhamos voltado de uma viagem de Minas, encontramos ele jogando na várzea. Ele disse que não dava mais, que não estavam pagando ele, mas era mentira. Ele engravidou a menina e queria ficar perto do filho. Aí desistiu da carreira. Hoje, ele é fiscal de ônibus”, conta o atacante.

O episódio fez com que a família resolvesse então apostar no filho mais novo. Mas os obstáculos ainda estavam só começando para Tito. A chance veio em um teste no Santos, mas uma decisão do pai acabava mais uma vez com o sonho.

“Em 2000, eu fui para o Santos. Fiz um peneirão e passei. Mandaram eu voltar para outros testes e passei de novo. Só que eu era mirradinho e o técnico na época (Manoel Maria) pediu para eu fazer um exame ósseo, para ver se eu cresceria mais. Meu pai ficou bravo, discutiu lá e eles acabaram me dispensando.”

A chance perdida no Santos parecia ser o fim da linha. Tito seguiu atuando na várzea no Litoral sem maiores esperanças, até que a oportunidade bateu à porta em 2009, quando já tinha 23 anos. “Eu estava jogando um dia e um treinador, o Nenê Belarmino, viu, gostou do meu futebol e me levou para a Matonense. Lá acabei me dando bem e me profissionalizei, mesmo sem ter passado por nenhuma categoria de base”, destaca o atacante, que vê no Bugre a chance de crescer.

“Pela minha idade, essa pode ser minha última grande oportunidade. E eu vou agarrar e fazer por onde recompensar essa confiança que o Guarani teve em mim.”

Assuntos Relacionados
Compartilhar
Correio Popular© Copyright 2024Todos os direitos reservados.
Distribuído por
Publicado no
Desenvolvido por