Polícia reforçou a segurança no aeroporto, mas torcedores não apareceram
O elenco do Palmeiras desembarcou em segurança e sem qualquer sinal de protesto no Aeroporto de Guarulhos na tarde desta quinta-feira (07/03) após ser alvo de agressões de torcedores antes do embarque em Buenos Aires para a viagem de retorno ao Brasil. Por precaução, a delegação deixou o local por uma saída alternativa. Assim, o grupo do Palmeiras evitou qualquer contato com as pessoas presentes ao saguão do aeroporto.
O clube adotou tal comportamento, mas a polícia reforçou a segurança no local. Apenas um torcedor foi visto no aeroporto - ele também retornava da Argentina, onde foi assistir a derrota do Palmeiras por 1 a 0 para o Tigre, em Victoria, pelo Grupo 2 da Copa Libertadores.
Mais cedo, nesta quinta, os atletas do Palmeiras foram alvo da revolta de torcedores uniformizados quando aguardavam no setor de embarque do Aeroparque Jorge Newbery, em Buenos Aires. Eles tentaram partir para cima dos jogadores em um incidente que contou até com copos de um bar do local arremessados.
Vítima de pedaços estilhaçados de um deles, o goleiro Fernando Prass sofreu um corte na orelha esquerda e foi atendido no local por um médico do clube, que conteve o sangramento. A diretoria do Palmeiras divulgou uma nota oficial para repudiar o comportamento dos torcedores e prometeu adotar ações concretas diante do incidente.
MINISTRO
O ministro do Esporte, Aldo Rebelo, lamentou nesta quinta as agressões sofridas por jogadores do Palmeiras nesta manhã, quando embarcavam na Argentina rumo a São Paulo.
Notório torcedor do Palmeiras, Rebelo se manifestou de forma espontânea sobre o ato violento dos torcedores durante entrevista coletiva concedida no Rio de Janeiro. O evento contou com as presenças do secretário-geral da Fifa, Jérôme Valcke, além do presidente da CBF, José Maria Marin, entre outras autoridades.
O ministro pediu punição aos agressores e medidas mais enérgicas por parte dos clubes na relação com as torcidas organizadas. "Os clubes e seus dirigentes não podem estar submetidos a isso [violência das organizadas]. Espero que o Judiciário e a polícia tomem as medidas para punir os responsáveis", declarou.
Apesar disso, o ministro se mostrou contrário a extinção das organizadas. "Temos que identificar aqueles torcedores que são violentos. Numa organizada, às vezes, você tem dezenas de milhares de torcedores. De que adiantaria extingui-las, se elas continuariam a existir na clandestinidade?".