GUTO SILVEIRA

Descaso inexplicável

Guto Silveira
26/07/2013 às 05:00.
Atualizado em 25/04/2022 às 07:33
Guto Silveira (CEDOC)

Guto Silveira (CEDOC)

O atraso nas obras de reforma do Centro Médico Social Comunitário (CMSC) da Vila Lobato tem algo de inexplicável. Ou muito. Iniciadas em janeiro de 2011, as obras seriam concluídas em janeiro de 2012. Mas 18 meses depois ainda não foram entregues. O principal argumento da Administração Municipal é que foi preciso fazer alteração de projeto porque ocorreram serviços não previstos no projeto original. É uma justificativa. Mas é difícil convencer o usuário dos serviços do local, que uma alteração de projeto possa demorar 18 meses. Fosse obra de uma empresa privada já teriam ocorrido demissões, quebra de contrato, multas e até ações judiciais. Caso contrário a empresa proprietária do imóvel iria teria muito prejuízo em função do “lucro cessante” por tanto tempo. Então não foi apenas um problema de projeto. Não se sabe se a culpa é inteira da Prefeitura ou se a contratada pela obra tem responsabilidade no atraso. Mas uma coisa é certa: é difícil tolerar que uma administração não consiga terminar uma reforma nem 250% do prazo inicial previsto. Não é sem motivo que a obra chegou a ganhar faixas de protesto e até foi furtada no período em que ficou sem vigilância. Enquanto isso o usuário foi desrespeitado em seus direitos. A Prefeitura afirma que não houve prejuízo porque os atendimentos foram transferidos. Não é bem assim. A estrutura ficou muito menor. Caso contrário poderia ficar lá no temporário e a reforma ser esquecida. Como quase foi. Pior de tudo é que esta não é a única obra em atraso.COM IRONIAO protesto em função do atraso na reforma do Centro Médico, na tarde desta quarta-feira (24) teve também seus momentos de descontração. Uma encenação mostrava o que seria a prefeita Dárcy Vera (PSD) levando o filho na unidade de saúde (foto). Mas ao chegar ao local a mãe se decepciona e passa a perguntar onde está a capacidade do posto de atendimento, onde há sujeira e falta de conforto para pacientes. A encenação levou os presentes às gargalhadas, porque o protesto foi sério, mas ninguém é de ferro. IMBRÓGLIO NO TRANSPORTENem bem saiu de uma enrascada com protestos contra o transporte coletivo urbano, a Transerp e a Prefeitura têm novo abacaxi para descascar. As empresas que integram o consórcio PróUrbano, vencedor da licitação, deixaram de pagar a taxa de gerenciamento à Transerp, alegando desequilíbrio financeiro. Querem rediscutir o contrato celebrado e ampliar prazos de obrigações. E buscam por via judicial. TÃO CEDO?Há algo de estranho nesse reino do transporte coletivo urbano. Não é possível que depois de uma licitação que a Transerp quis fazer crer ter sido tão criteriosa os problemas contratuais apareçam em menos de um ano. E olha que as empresas venceram a licitação para cobrar tarifa de R$ 2,74, mas começaram o ano cobrando R$ 2,90, hoje em R$ 2,80 em função de desoneração fiscal federal. Alguém errou feio em todo o processo ou ainda grande parte das informações não procede. MÃO NO OSSOO PR de Ribeirão Preto, partido capitaneado no País pelo probo deputado federal Waldemar da Costa Neto, ameaça deixar o governo municipal. Se faz de ofendido com a demissão de Marcelo Galli do Daerp e fica mandando recados pela imprensa. Balela. Quem quer abandonar o barco não fica anunciando. Pula logo no mar. Não querem (os integrantes de honesta sigla partidária) mesmo é largar o osso que tem ainda seus nacos de carne. R$ 40 MILHÕESAfinal de contas, está em jogo a administração de uma verba de quase R$ 40 milhões, emprestada pelo governo federal por meio do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC). Com o dinheiro, serão realizadas várias obras para melhorar o abastecimento de água. É disso que ninguém quer abrir mão. Nem que seja apenas pelo prestígio de realizar tais obras e resolver problemas antigos. Sempre sobram dividendos eleitorais, para dizer o mínimo.

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