ESTRADA

Descaso em vicinal vira alvo de críticas em Piracicaba

População que usa trecho que liga as rodovias do Açúcar e Cornélio Pires reclama do asfalto

André Luís Cia
04/04/2013 às 21:20.
Atualizado em 25/04/2022 às 21:41
Falta de conservação de estrada vicinal só faz aumentar os buracos (Del Rodrigues/AAN)

Falta de conservação de estrada vicinal só faz aumentar os buracos (Del Rodrigues/AAN)

A insatisfação com a má conservação da estrada vicinal de Piracicaba, que liga as rodovias do Açúcar e Cornélio Pires (SP-127), é grande e atinge estudantes, comerciantes e motoristas que são obrigados a passar diariamente pelo local. Um dia após o protesto dos comerciantes da Central de Abastecimento (Ceasa), que atearam fogo e paralisaram a rodovia na terça-feira, a reportagem circulou nos quatro quilômetros da rodovia e constatou que a situação de abandono, descaso e, principalmente, de riscos de acidente são grandes por causa da quantidade de buracos por todo trajeto.

Segundo a universitária Bruna Defavari Calegari, de 19 anos, moradora de Saltinho, ela e outros 30 estudantes pegam um ônibus municipal que sai da cidade todas as noites, às 19h, e são obrigados a passar pela estrada até a rodovia do Açúcar, principal acesso à Unimep. “Todos ficamos muito inseguros e com medo de sermos as próximas vítimas dos acidentes porque já vimos muitos problemas, como carros quebrados e batidas.”

Bruna diz que não existe outra alternativa a não ser a passagem por essa estrada. Ela critica o abandono por parte do poder público e aponta que a manutenção do local é de vital importância para garantir conforto e segurança à população que necessita trafegar por essa vicinal. “A estrada está decadente, há buracos que o motorista tem que parar e engatar a primeira marcha. Não há nem sinalização das faixas.”

O aposentado Claudemir Duarte, de 59 anos, é um dos passageiros que já teve problemas na estrada. Há dois dias, a calota dianteira do seu veículo foi danificada quando ele passou por um buraco a caminho de uma chácara, próxima ao Ceasa. “Aqui está muito perigoso. Passar por aqui à noite é arriscar a própria vida”.

Críticas e insegurança também foram apontadas pelos caminhoneiros Augusto Nóbrega e Osmair Schiavolin. No caso de Nóbrega, há seis meses ele não transitava pelo local e se assustou com a falta de manutenção da estrada. “Está muito pior do que antes. Tive que desviar ali atrás para não cair em um buraco. Nem sei se danificou uma das rodas.”

Schiavolin afirmou que passa pelo local toda semana e, sem outra alternativa, teve que se acostumar com os buracos e trechos perigosos. “É um grande estresse ter que passar aqui e o problema é que ainda corremos riscos.”

Divergências

Quatro dos oito quilômetros da estrada vicinal estão em más condições e essa foi a alegação dada pelos manifestantes na terça-feira. Antes do protesto, uma carreta quebrou o eixo ao passar em um buraco. Uma das rodas do caminhão se soltou e bateu na frente de uma van. Não houve ferido.

Questionada sobre os problemas na vicinal, a assessoria de imprensa da Prefeitura informou que o trecho onde há reclamação — quatro quilômetros a partir da SP 127 até a metade do caminho — é de responsabilidade da concessionária Colinas.

De acordo com a concessionária, esse trecho não está sob sua concessão. O que existe é um acordo entre a Colinas e a Artesp que prevê a conservação de rotina do pavimento (tapa-buracos) entre os quilômetros quatro ao oito do anel viário (metade de sua extensão total).

A Prefeitura informou ainda que tem enviado constantes ofícios à Artesp solicitando tanto o recapeamento quanto a solução definitiva desse trecho. O último serviço no local foi realizado no dia 19 de março.

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