AMAZONAS

Desbravando a floresta amazônica

Conhecer a região é ter acesso a maior variedade de cores, sons, aromas e sabores da Terra de Vera Cruz

Inaê Miranda
05/05/2013 às 05:46.
Atualizado em 25/04/2022 às 17:47
Floresta amazônica abriga 60% de todas as formas de vida do planeta (Divulgação)

Floresta amazônica abriga 60% de todas as formas de vida do planeta (Divulgação)

Um roteiro cercado de surpresas e descobertas sobre o “maior jardim do planeta”. Conhecer a floresta amazônica é ter a oportunidade não só de entrar em contato com a biodiversidade mais rica do mundo, como ter acesso a maior variedade de cores, sons, aromas e sabores da Terra de Vera Cruz.

A bordo do luxuoso navio-hotel Iberostar Grand Amazon é possível navegar pelos rios Negro e Solimões durante uma semana, embrenhar-se pela mata e descobrir um pouco dos mitos, dos segredos e da realidade desse universo encantador que, ano a ano, atrai cada vez mais visitantes. Só em 2011, o Estado do Amazonas chegou a receber 755 mil turistas, entre os quais 400 mil brasileiros.

O primeiro impacto para quem não conhece o lugar é a dimensão da floresta e do rio, que de tão extenso mais lembra o oceano. Malas no lugar e câmeras nas mãos é hora de navegar pelo Rio Negro — cujo nome tem origem nas águas escuras, tingidas por ácidos liberados durante o processo de decomposição de folhas, arbustos e troncos.

A primeira parada acontece na região de igarapés de Jaraqui, para onde os turistas são levados em pequenas lanchas. Manoel Gomes Ferreira, de 64 anos, que vive no local há 45 anos e o conhece como a palma da mão, é responsável por apresentar a floresta durante uma trilha de aproximadamente um quilômetro. A caminhada dura cerca de uma hora.

Em um passeio de lancha em volta das ilhas da região de Três Bocas — que fazem parte do segundo maior arquipélago fluvial de água doce do mundo, o arquipélago de Anavilhanas — é possível apreciar um espelho de paisagens deslumbrantes, formado pelo reflexo da vegetação na água. É o primeiro contato com os igapós (floresta inundada), vistos em período de cheias.

A diversidade de pássaros e dos sons mais bonitos que emanam da natureza impressiona. Entre as espécies que podem ser vistas facilmente estão araras-Canindé, papagaios, garças, além do japiim, protagonista de uma lenda regional, que diz que ele teria desagradado os deuses ao utilizar o seu talento de imitar o canto de outros pássaros para atrair as fêmeas. Contando com a sorte, o visitante também pode avistar as preguiças penduradas no topo das árvores.

Banho de chá

Um dos pontos mais altos do destino é o mergulho em uma praia do Rio Negro, na região do Tupé. A temperatura da água varia de 25 a 28 graus e a sensação é de estar tomando um agradável banho de chá na praia de águas escuras e de areia branca. Os nadadores em forma conseguem atravessá-la de uma ponta à outra, quando o rio não está agitado ou muito cheio. Já os mais observadores conseguem ver os botos cor-de-rosa brincando mais adiante sem assustar os banhistas.

Também é possível avistar os prédios de Manaus ao fundo. O passeio dura cerca de duas horas e a vontade de ir embora custa a chegar. A vontade maior é de armar uma rede e prolongar a viagem por mais alguns dias.

Lendários botos

Na região de igarapés de Trincheira, no município de Novo Airão, uma pausa para visitar os botos vermelhos, ou cor-de-rosa — que na verdade têm uma tonalidade cinza que vai ficando rosada conforme o avançar da idade. No local funcionava um restaurante, que passou a atrair os animais devido aos restos de peixes jogados no rio. Ao todo, 16 botos, todos eles batizados com nomes curiosos, como Pimentinha, acessam o local.

Eles são alimentados por profissionais do projeto Ama Botos com a cota de peixes que precisam. A outra parte, eles caçam por conta própria no rio para não se acomodarem. O visitante tem a oportunidade de tocar nos botos e de fazer fotos bem de perto. A visita tem duração de aproximadamente 30 minutos.

Na total escuridão

Ir ao Estado do Amazonas e não avistar um jacaré, o que é quase impossível, pode perder um pouco do encanto. Por isso, a programação inclui um passeio de barco para a focagem dos bichos. Ele é feito no meio da noite, na escuridão total. A falta de visibilidade, em princípio, assusta. A maior preocupação é de o guia se perder e das feras atacarem a pequena embarcação. Mas a viagem é segura. O guia utiliza um farol com luz alta para avistar e capturar os jacarés.

As pessoas mais corajosas são convidadas a se aproximar e tocar os animais. Em seguida, eles são devolvidos à água. Os jacarés também podem ser vistos durante o dia tomando sol com a cabeça para fora do rio ou sobre os troncos de árvores que boiam nas margens.

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