comportamento

Desabafo é com as amigas

Uma simples conversa pode salvar muitas mulheres do sofrimento e da dependência de um relacionamento baseado em impulsividade, ciúme e medo

Janete Trevisani
12/09/2018 às 14:08.
Atualizado em 22/04/2022 às 05:05
Uma simples conversa pode salvar muitas mulheres do sofrimento e da dependência de um relacionamento baseado em impulsividade, ciúme e medo, diz terapeuta (Stock)

Uma simples conversa pode salvar muitas mulheres do sofrimento e da dependência de um relacionamento baseado em impulsividade, ciúme e medo, diz terapeuta (Stock)

A escritora Lya Luft define bem a importância das amizades: “O verdadeiro amigo é confiável e estimulante,engraçado e grave, às vezes irritante; pode se afastar, mas sabemos que retorna; ele nos aguenta e nos chama, nos dá impulso e abrigo, e nos faz ser melhores:como o verdadeiro amor.” Em se tratando de amigas, o laço é tão intenso que hoje, graças à tecnologia, elas se falam todos os dias em grupos de WhatsApp. E quando o assunto é carência afetiva, o que seria das mulheres sem as suas fiéis ‘zamigas’? “Ninguém constrói um bom relacionamento em cima de carência, por isso, se ela bater na sua porta, procure suas amigas”. A frase é da terapeuta Camilla Couto, que lembra: “Parece algo tão simples de se dizer, mas é a mais pura verdade. São suas amigas que vão lhe mostrar suas verdadeiras qualidades, apontar seus erros, acolher suas inseguranças e propor novas formas de ver a vida. Não um homem. É com as amigas que podemos rir, chorar e desabafar”. Camilla explica: “É claro que é maravilhoso quando estamos num relacionamento feliz e saudável. Nossos parceiros são grandes mestres, com os quais temos sempre muito o que aprender. No entanto, quando se trata de carência, aquela sensação de vazio e solidão, o remédio são as amigas, pois só elas são capazes de nos devolver aquilo de que, na verdade, estamos sentindo falta: nós mesmas”. A terapeuta enfatiza que “um dos principais erros, talvez o maior que cometemos ao nos relacionarmos, é a confusão da carência com outros sentimentos, especialmente o amor”. Ela complementa: “Movidas pelo desejo de preencher tal vazio, acabamos nos envolvemos com pessoas que nada têm a ver com a gente e com o que realmente ansiamos. Isso porque a carência nos cega, nos priva de sentidos básicos de sobrevivência amorosa, como o de detectar se a pessoa está sendo verdadeira”. “Quando estiver carente, procure suas amigas, não um parceiro”, diz ela. “Uma simples conversa com a melhor amiga pode resolver muita coisa e nos salvar do sofrimento e da dependência de um relacionamento baseado em impulsividade, ciúme e medo. Estamos sempre em evolução, aprendendo sobre o outro e sobre nós mesmas e podemos sofrer alguns deslizes no caminho. Nessas horas, o que mais precisamos, para não cair novamente no erro de fantasiar com a ideia de um parceiro ou uma relação possam ser a solução, é contar com as amigas. Converse, ria, marque um encontro. Preencha-se daquilo que é realmente seu: suas amizades. E faça isso antes de embarcar em uma relação impulsionada pela carência, ou poderá ser tarde”, salienta. Camilla Couto é criadora do Blog das Amarildas e fundadora do PAR - Programa Amarildas de Relacionamentos. No amarildas.com.br, compartilha seus estudos sobre amor, relacionamentos e dependência emocional, com o propósito de promover mais entendimento sobre esses temas e de incentivar as mulheres a se amarem e valorizarem cada vez mais.   Laço forte e leve ao mesmo tempo “A amizade é o melhor – e provavelmente – o único antídoto contra a solidão. E não precisa ser uma amizade grandiloquente, do tipo grude 24 horas e sem segredos. Uma amizade pode ser forte e leve ao mesmo tempo. E melhor ainda se forem amizades variadas. Uma boa amiga para ser sua sócia, outra para dar dicas de viagens, uma amiga especial para conversar sobre sentimentos escusos, outra amiga fantástica para falar sobre livros e filmes, uma amiga indispensável para lhe dar um ombro quando você está caidaça. Nenhum problema em departamentalizar. Ao menos nas amizades, viva a poligamia.”, Martha Medeiros, cronista e escritora.

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