iG - Milene Moreto (Cedoc/RAC)
Deram as mãos?Após o início da rebelião de parte da base aliada do governo Jonas Donizette (PSB) na Câmara de Campinas, com a volta do recesso, o Executivo informa que as relações pacíficas foram retomadas. Integrantes de legendas como PMDB, PSDB, PCdoB e PTB estavam desgostosos com os atuais comandantes do Palácio dos Jequitibás e prometeram fazer frente à pauta governista. Mesmo com a possibilidade de tempos de paz, a união só será vista em breve, na aprovação das pautas governistas.AlinhamentoOs interlocutores de Jonas disseram que houve uma conversa produtiva com todos os parlamentares na última semana após o “princípio de incêndio” na base governista, que hoje soma 26 vereadores. Uma das grandes reclamações foi a demora em atender às demandas da Casa. Para o Executivo, foi só um “descompasso”. Nada capaz de ameaçar os projetos “temidos” que vão cair no colo dos nobres edis nas próximas semanas e que devem gerar polêmica. A baixaA única baixa já anunciada e esperada é de Artur Orsi (PSDB), que, em meio ao fogo cruzado, já se classificou como “independente”. Disse que não terá problemas para votar com o governo quando o projeto for bom, mas que não abrirá mão das críticas quando “houver necessidade”. DentroO governo municipal não reconhece a saída de Orsi de sua base aliada. Para os integrantes da gestão de Jonas, o tucano ainda permanece ao lado do prefeito e dos seus secretários. A coluna do meioVale lembrar que, no meio do segundo mandato do prefeito cassado Hélio de Oliveira Santos (PDT), bem antes da crise que assolou seu governo, um grupo chamado de G-11 também abandonou a base sob a justificativa de se manter independente. Na época, o movimento, que aglutinou os dissidentes, foi fomentados pelos vereador José Carlos Silva (PMDB), Rafa Zimbaldi (PP) e Cidão Santos (PPS). DerrotasNa época, o governo sofreu derrotas na Casa. Do outro lado, os parlamentares perderam cargos e até a função de lideranças nas bancadas do legislativo. Entrou mudo, saiu caladoEm meio a uma crise no governo do Estado de São Paulo, por conta da suspeita de formação de cartel nas obras do metrô, o governador Geraldo Alckmin (PSDB) esteve ontem em Campinas para o Fórum Regional de Campinas. Mas ele não estava para conversas. A estratégia do governador foi discursar para os empresários e políticos, anunciar obras e, principalmente, evitar a imprensa. Ao final, ele saiu sem se pronunciar e foi embora. ReparosO final de semana na Câmara de Campinas foi de manutenção e restauro do plenário, para que o local esteja pronto a tempo de receber a sessão prevista para amanhã. Os funcionários trabalharam na recuperação da madeira da tribuna, da mesa diretora e na remoção do revestimento pichado pelos ativistas. Alguns mobiliários danificados como cadeira e mesas deverão ser substituídos amanhã. Hélio e suas contasA Câmara de Campinas parece não sossegar enquanto não houver a votação de todas as contas reprovadas do pedetista Hélio de Oliveira Santos, cassado em 2011. E vem mais uma por aí. Na sessão marcada para a próxima quarta-feira, o parecer do Tribunal de Contas referente ao exercício de 2008 do ex-prefeito está na mira. A Câmara reprovou este ano as contas de Francisco Amaral (PMDB), Izalene Tiene (PT) e também do pedetista. Políticos com contas reprovadas pelo Legislativo ficam inelegíveis por oito anos.