Parlamentar carioca defende maior participação da população nas discussões políticas, mas considera um engodo a pressa articulada
O deputado federal Chico Alencar (Psol-RJ) criticou a pressa da presidente Dilma Rousseff (PT) em fazer um plebiscito para discutir a reforma política no País. Ele defende a realização da consulta popular, com um grande debate. “Entendo que a ideia de um plebiscito, não como a Dilma quer agora, em agosto, setembro, é boa. Assim, fica parecendo uma empulhação, um engodo, mas a população precisa ser chamada a se manifestar sobre alguns pontos centrais, como já deveria ter sido chamada a discutir outras questões nacionais”, disse.
O parlamentar carioca participou, na noite de quinta-feira (18), na Câmara Municipal do debate “As manifestações populares e a reforma política”, organizado pelo Psol de Ribeirão Preto. Ele falou para cerca de 100 pessoas de Ribeirão Preto e região, filiadas ao Psol e a partidos próximos ideologicamente. E defendeu a participação popular por meio de plebiscitos e referendos. “São mecanismos que precisam ser mais utilizados”, apontou.
Para ele a participação popular precisa ocorrer para a recuperação ou a instauração da cidadania. “O Brasil tem uma história muito mais marcada pelo ‘estadania’ que cidadania. Nós, desde 1.500, temos uma organização do Estado, do poder, com a sociedade subalterna, meio dependente dessa estrutura, criada desde a colonização”, disse.
Sobre as manifestações populares Chico Alencar disse que elas diminuíram, mas acontecem por questões mais específicas. E que grandes manifestações não ficam por tanto tempo. E não acha que o gigante acordou e adormeceu, como muitos já passam a defender. Mas agora, não é que o gigante acordou. Já havia acordado outras vezes, mas ele é sonolento. Só que tem sono leve. É natural que um movimento forte deste não permaneça a vida inteira. Ele teve conquistas concretas”, comentou.