Carnaval passou e é hora de os boêmios reconquistarem seu espaço no balcão. Quem é do ramo sabe que o ziriguidum da semana passada, ainda que necessário, espantou os bebedores profissionais de seus devidos lugares nas biroscas de todos os cantos da cidade. E o que todos querem agora é comer e beber sem (muita) folia. Eu já sei onde irei nos próximos dias: ao Bar do Mingo.
O botecão, aberto há 41 anos, não chega a ser exclusividade dos eremitas do copo. Embora seja tranquilo, sem bagunça e com um atendimento com a mesma eficácia de sempre, ainda é possível se divertir e dar boas risadas com a freguesia, essencialmente acima dos 40 anos. Isso porque José Raimundo e João Domingos (filho do falecido Mingo) se confundem com a rapaziada de tanta prosa que rola.
Raimundo, no entanto, para de bater papo assim que algum pedido é feito e corre para a chapa fazer o que sabe melhor. À sua volta, no balcão em forma de C, os fregueses o observam já com saliva no canto da boca. E quase todo mundo pede a mesma coisa: o lanche de linguiça.
Servido numa grande baquete em pedaços, acompanha cebola, bacon, mozarela e tomate. A receita simples tem um segredo mais simples ainda: tudo é feito com ingredientes de extrema qualidade, comprados para consumo imediato. Quem quiser pode substituir a linguiça por alcatra ou mortadela. Todas as versões merecem o respeito e o respaldo dos boêmios mais exigentes de Campinas.
Ainda sobrou tempo para provar a salada de cebola da casa, que faz par perfeito com a cerveja extremamente gelada. Ela também não faz feio com a cachacinha que Raimundo me ofereceu e que é outra irresistível marca da casa.
BAR DO MINGO
Av. João Batista Morato do Canto, 2.073, Parque Industrial, f. (19) 3273-2231.
Aberto de segunda a sexta, das 8h30 às 13h e das 16h até o último cliente. Aos sábados e domingos, das 8h até o último cliente.