Estudante de Campinas foi morto em restaurante no litoral a facadas por causa do valor da conta
Populares observam a reconstituição do crime, feita em fevereiro (Rogério Soares/21fev2013/Tribuna de Santos)
O depoimento de uma testemunha de São Paulo apontou que era comum a intimidação de clientes no restaurante Casa Grande, em Guarujá, onde o estudante campineiro Mário Sampaio foi morto a facadas na véspera do Ano-Novo. O autônomo F.C., de 37 anos, afirmou que dois meses antes do assassinato, foi ameaçado com um espeto de churrasco depois de discordar de valores cobrados pelo estabelecimento. Ele foi ouvido em uma audiência à Justiça em São Paulo, onde mora. Na próxima segunda-feira outras duas testemunhas que presenciaram o assassinato do estudante também serão ouvidas em Piracicaba. “Assim que vi pela tevê o caso, gelei. Na mesma hora lembrei de tudo o que passei no restaurante com minha família e não pensei duas vezes em procurar a polícia e contar o que sabia”, afirmou. O autônomo disse que sempre viaja ao Guarujá e no mês de outubro passou uns dias com a mulher, filho e sobrinhos na cidade. “Ao chegar ao restaurante havia dois preços. Um para rodízio e outro para bufê. Escolhemos a segunda opção”. Após jantar, F. foi pagar e percebeu que estava sendo cobrado o serviço de rodízio, cerca de R$ 9,00 a mais por pessoa. “Expliquei que tínhamos nos servido no self-service e não de churrasco. Já achei que eles estavam mal-intencionados, uma pessoa menos observadora não perceberia”. Segundo F., o garçom do caixa chamou o gerente da casa, Diego Souza Passos. “Ele chegou com a cara fechada e reclamando. Logo falou que paulista nunca quer pagar a conta e começou a xingar. Ele pegou um espeto de ferro e começou a bater no chão e apontar pro meu rosto. Foi assustador. Um absurdo o que aconteceu e os garçons incitavam”. Mesmo com a ameaça, o autônomo pagou o valor correto. “Ele ainda falou pra nunca mais voltar lá. E quando vi na tevê, não me surpreendi. Eles não têm noção de sociedade.” Mário foi morto pelo dono do restaurante Casa Grande, José Adão Pereira Passos, de 55 anos, na Praia da Enseada. Ele jantou com amigos no estabelecimento e na hora de pagar a conta discordou do valor e uma discussão foi iniciada. Mário foi agredido pelo garçom Robson Jesus de Lima e pelo filho do acusado, Diego Souza Passos, de 23 anos, que também era gerente do restaurante. Na briga, Adão pegou uma faca e deu três golpes nas costas do estudante que morreu no local. Adão e o filho, Diego, estão presos desde fevereiro. O garçom estava foragido e se apresentou no mês passado, mas responde em liberdade. Veja também Caso Guarujá: defesa tenta mudar versão Advogado dos réus sustentou a teoria de que Diego teria participação mínima no crime Praça com nome de estudante morto é inaugurada Mário dos Santos Sampaio foi assassinado em restaurante no Guarujá na véspera do réveillon Presos que mataram estudante no Guarujá têm regalias Família e um funcionário do distrito afirmam que presos recebem alimentos e visitas fora do horário