CULPA DA DENGUE

Demora em hospitais chega a 18h em Campinas

Celso Pierro dispensou pacientes; no Centro, muita gente ficou sem atendimento

Vilma Gasques
vilma@rac.com.br
06/04/2014 às 21:35.
Atualizado em 24/04/2022 às 13:48

Ao menos duas unidades de saúde em Campinas viveram um fim de semana caótico, situação agravada pelo aumento dos casos suspeitos de dengue e que levou à espera de até 18 horas para atendimento, como ocorreu no Pronto-Socorro do hospital Celso Pierro, da PUC-Campinas. Outros pacientes, que esperaram o dia todo por consulta na Unidade de Pronto Atendimento (UPA) do Centro, chegaram a ser dispensados por falta de médicos, entre eles vários com sintomas de dengue, como dores de cabeça e dores abdominais. No Celso Pierro, a direção informou que o Pronto-Socorro Adulto do Sistema Único de Saúde (SUS) já vem trabalhando acima de sua capacidade instalada, que é de 20 leitos. Neste domingo (6) chegou a ter 46 pacientes internados. Apesar de não fechar o PS, pacientes classificados para atendimento de queixas crônicas, como lombalgias, e que recebem a indicação de atendimento em Unidades Básicas de Saúde (UBS), tinham previsão de espera de 18 horas. Por conta dessa situação, a direção do hospital pediu compreensão da população para procurar um atendimento alternativo ao Celso Pierro. E somente a classificação de risco, com pacientes em estado grave, encaminhados pelo resgate, Samu e concessionárias de rodovias, foram atendidos em caráter de emergência, sem espera. Na UPA do Centro, houve esperas de pelo menos seis horas por atendimento. Muitos foram dispensados, já que não havia expectativa de quando poderiam ser avaliados. Os profissionais de saúde que atendiam os pacientes na tarde deste domingo afirmaram que as condições no local estão “fora de controle”. Dois médicos faziam plantão: um para atendimento de emergência e, outro, para o de “demanda geral”. “A escala é de 12 técnicos de enfermagem. Mas hoje estamos trabalhando com sete”, disse uma enfermeira, que pediu para não ser identificada. Também havia apenas um profissional na medicação.Outro lado A Prefeitura de Campinas informou, por meio de assessoria de imprensa, que a Unidade de Pronto Atendimento (UPA) Centro, alvo de reclamações de usuários neste domingo, tinha uma escala de plantão adequada para o fim de semana, com quatro médicos escalados, e que, se houve alguma ausência de profissional, o caso será apurado nesta segunda-feira (7). A Secretaria de Saúde também informou que vai verificar se houve reflexo na demanda de pacientes na unidade ontem por conta do pico de ocorrências de casos de dengue na cidade, que pode provocar “sobrecarga no sistema de saúde, tanto público quanto privado”. “A Administração trabalha com intensidade para resolver o problema de falta de médicos nas unidades de saúde e plantões. Criou o Programa Doutor Plantão para qualificar e ampliar o quadro de médicos nos plantões da rede pública de saúde, além de realizar concursos para contratação”, informou a assessoria, em nota enviada ao Correio ontem. A Prefeitura de Campinas também tem anunciado que abrirá um concurso público este ano para contratar cerca de 450 médicos.

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