Técnico acusou clube de falta de ambição e presidente citou o descontrole emocional do ex-comandante
Uma semana depois de sair da Ponte Preta, o técnico Paulo César Carpegiani criticou abertamente a estrutura do clube. Entre outras declarações, reclamou da falta investimento em contratações de peso e também de uma suposta “falta de ambição” no clube. A resposta veio no mesmo tom. O presidente Márcio Della Volpe citou o descontrole emocional do treinador e o tratou como bipolar por alternar estados de euforia com depressão. Os jogadores também engrossaram o coro e citaram as constantes mudanças na equipe.Aos 64 anos, 43 de futebol (32 como técnico), o ex-camisa 10 do Inter treinou 21 equipes e, ao Blog do Zini, do jornal Zero Hora, de Porto Alegre, garantiu que ainda não encerrou a carreira. “Eu pedi para sair porque tenho ambições. O clube não tem condições de fazer grandes investimentos, o grupo é pequeno, sem reservas. Não banca novos jogadores. Aliás, tem atleta que nem quer atuar na Ponte, e eu não me contento com pouca coisa”, afirmou.Para Della Volpe, Carpegiani foi uma grande decepção. “Ia da empolgação com o time à total depressão em cinco minutos. Pedia demissão várias vezes por semana alegando motivos que muitas vezes eram pessoais e que nada tinham a ver com o time. Trouxemos os jogadores que ele pediu. Então, não faz sentido afirmar que não trazíamos jogadores. Por mim, esse assunto está encerrado até porque temos um campeonato no qual precisamos nos recuperar. Temos que nos preocupar com quem está aqui e não com quem já foi.”Os jogadores responderam às declarações do ex-comandante reclamando do clima de instabilidade criado no elenco, já que nenhuma escalação foi repetida em 11 partidas. “Nós questionávamos as constantes trocas, mas isso era feito internamente. É claro que não falávamos nada com o pessoal da comissão, mas a equipe precisa de sequência”, reclamou William. E o artilheiro acrescentou: “Um dia jogava um lateral. No outro, outro. Então, o cara ficava pressionado. Se não jogasse bem, estava fora. Jogador precisa ter respaldo para ganhar confiança.”O volante Fernando lembrou de problemas internos. “Não sei porque ele falou isso, mas independentemente de qualquer coisa, todo mundo gostou da chegada do Jorginho, que é um grande treinador. O ambiente melhorou. Algumas coisas aconteciam, mas já não vêm ao caso. E isso também não importa mais. Agora, temos que focar no trabalho para sair deste momento complicado”, disse.AUXILIARO comportamento de Rodrigo Carpegiani, filho e auxiliar de Carpegiani na Ponte, também era motivo de controvérsia. Jogadores contam que, por diversas vezes, o assistente saiu da concentração para aproveitar as noites nas cidades em que a Macaca jogava.CARAS NOVASO atacante Adaílton, do Vitória, e o meia Fellipe Bastos, que estava no Vasco, serão apresentados, nesta terça-feira (3), pela Ponte. Um atacante de área também chega nesta terça ao Majestoso para completar o elenco. Já o lateral-esquerdo Rodrigo Biro foi emprestado ao Vasco.