Atual presidente da CBF, Marco Polo Del Nero afirmou que não tem nenhuma relação com a investigação
O dirigente da Confederação Brasileira de Futebol (CBF), Marco Polo Del Nero (Rafael Ribeiro/CBF)
O presidente da Confederação Brasileira de Futebol (CBF), Marco Polo Del Nero, se mostrou muito preocupado com a detenção nesta quarta-feira (27) do ex-presidente da entidade José Maria Marin e admitiu que o momento é "péssimo" para a entidade."É lógico que isto não é bom, é péssimo. Mas antes temos que saber o que aconteceu", disse o dirigente em seu hotel de Zurique, abordado pelos jornalistas quando seguia para o elevador."Devemos analisar tudo, saber o que aconteceu. Não tenho a menor ideia", disse, ante a insistência por uma declaração.O Departamento de Justiça dos Estados Unidos informou que investiga, entre outros, contratos relativos a uma marca esportiva do país (a Nike é a fornecedora de material da seleção brasileira desde os anos 90) e relativos à Copa do Brasil, uma competição da CBF."São contratos assinados antes da administração de Marin. Não há nenhum contrato assinado depois", afirmou Del Nero, que tomou posse no mês passado para substituir Marin, que assumiu a presidência da CBF em 2012.Marin foi vice-presidente da administração anterior, a de Ricardo Teixeira, que abandonou a presidência da CBF após uma série de denúncias de corrupção.Marco Polo Del Nero afirmou que não tem nenhuma relação com os assuntos investigados."Eu era presidente da Federação Paulista. O que queremos agora é saber", declarou, antes de entrar no elevador do hotel da cidade suíça no qual os dirigentes sul-americanos se reúnem antes do 65º Congresso da Fifa, que acontecerá na quinta-feira e sexta-feira.Del Nero explicou que foi informado sobre a detenção de Marin pela esposa deste.As palavras do atual presidente da CBF jogam o problema para a gestão de Ricardo Teixeira, afetado em 2012 pelo 'escândalo ISL', sobre o pagamento de propinas da empresa de marketing International Sports and Leisure (ISL), que obteve os direitos para várias Copas do Mundo antes de quebrar em 2001.Um relatório do Comitê de Ética da Fifa determinou a responsabilidade de Teixeira, assim como de outro dirigente brasileiro, João Havelange, ex-presidente da Fifa, que depois de seu envolvimento no escândalo apresentou sua renúncia como presidente de honra da entidade que comandou de 1974 a 1998, quando foi substituído por seu então secretário-geral, Joseph Blatter.Poucas horas depois, a CBF divulgou um comunicado oficial, no qual afirma "apoiar integralmente toda e qualquer investigação."A entidade aguardará, de forma responsável, sua conclusão, sem qualquer julgamento que previamente condene ou inocente", completou a entidade, além de "reafirmar seu compromisso com a verdade e a transparência".