Na região do bairro Gramado, por exemplo, às margens da Rodovia D. Pedro I (SP-65), moradores afirmam que, desde o começo de junho, os casos de fogo em mato aumentaram consideravelmente
Fogo em canavial atrás do condomínio Alphaville 2, próximo da Rodovia D. Pedro causou transtornos a moradores da região, que tiveram as casas invadidas pela fumaça e fuligem ( Elcio Alves)
A Opera Estiagem da Defesa Civil de Campinas se prepara para entrar no período mais crítico a partir de julho e as queimadas começam aparecer em diversos pontos da cidade. Na região do bairro Gramado, por exemplo, às margens da Rodovia D. Pedro I (SP-65), moradores afirmam que, desde o começo de junho, os casos de fogo em mato aumentaram consideravelmente. O diretor da Defesa Civil de Campinas, Sidnei Furtado, alerta que colocar fogo me matos e em terreno pode acarretar multa da Prefeitura e afirmou que a fiscalização será reforçada no período. No decreto da operação publicado pelo prefeito Jonas Donizette (PSB), a principal novidade foram as ações em relação às denúncias de incêndios recebidas no Centro de Gerenciamento de Desastres. Elas deverão ser encaminhadas em caráter de urgência aos setores de fiscalização da Administração para a realização de vistorias e aplicação de notificações ou multas. Um dos propósitos medida é reduzir consideravelmente a quantidade de casas, terrenos e áreas de mato com entulho. Furtado disse que, apesar dos índices de queimadas estarem mais baixos neste ano em relação a 2014, a preocupação deve aumentar a partir da metade de julho. O coordenador afirmou ainda que observou que, com a chuva, o mato em terrenos tem crescido de forma mais rápida. "Com isso, muitos donos de terreno acabam fazendo a limpeza perniciosa com fogo. É uma cultura de limpeza de pastagem, que é errada" . O ato pode levar a sanções administrativas e multas pela Secretaria do Verde e Desenvolvimento Sustentável.O Gramado é um dos diversos bairros em que moradores têm sofrido com fogo e fumaça em terrenos. O empresário do ramo imobiliário Márcio Rhormens afirmou que o cheiro e a fuligem provenientes de queimadas aumentaram nos últimos dias. "A gente sente o mal-estar da fumaça e do tempo seco", afirmou. Outro morador do bairro, José Carlos Ducati disse que o problema é comum, principalmente em terrenos próximos aos condomínios de casas. "Tem muita queimada em terreno, e a fuligem e fumaça tomam conta das casas".ArticulaçãoNeste ano, o Centro de Gerenciamento de Desastres também realiza o monitoramento climatológico em articulação com os demais órgãos do Sistema Nacional, Estadual e Municipal de Proteção e Defesa Civil, priorizando as áreas mais criticas estabelecidas pelo Sistema Integrado de Áreas Verdes e Unidades de Conservação (SAV-UC).A antecipação da operação foi um desdobramento da situação crítica de seca do ano passado. Apesar de em 2015 o Verão ter sido mais chuvoso, Campinas ainda sofre consequências do ano mais seco dos últimos 25 anos (2014).Unidades de conservação como a Mata Santa Genebra, alvo de um incêndio que destruiu 100 mil metros quadrados de vegetação nativa em 2013, serão os pontos mais monitorados. Em 2014, a cidade também teve fogo em matas antes do período comum, como a queimada que destruiu parte do Parque Santa Bárbara, em maio. Este ano, o monitoramento climático trabalha com novos níveis relacionados à baixa umidade relativa do ar: o estado de atenção será entre 20% e 30%; o estado de alerta, entre 12% e 20%. A "Operação Estiagem" conta com uma força tarefa que envolve equipes de outras secretarias, com a do Verde e Desenvolvimento Sustentável, e demais autarquias da Prefeitura, como a IMA e a Sanasa.