CARLO CARCANI

Defeitos x virtudes

Carlo Carcani
24/03/2013 às 01:03.
Atualizado em 25/04/2022 às 23:19

O jogo desta tarde contra o Corinthians no Brinco de Ouro é, na minha avaliação, o mais difícil dos 19 que o time disputará no Paulistão. O desafio do último final de semana, contra o Santos de Neymar na Vila, também poderia ter essa definição, mas, na verdade, o time de Muricy ainda não se encontrou em 2013. A campanha é muito boa, mas o futebol apresentado fica bem abaixo do esperado por todos.

Hoje é diferente. O jogo é complicadíssimo porque tudo o que o Guarani tem de defeito, o Corinthians tem de virtude.

Mesmo desfalcado de peças importantes, o Timão é muito consistente. No Brasil, não vejo nenhuma equipe tão organizada. Tite ganhou a América e o mundo ao montar um time no qual os jogadores mais talentosos se aplicam tanto como aqueles que costumamos chamar de “carregadores de piano”.

A marcação é muito eficiente e foi determinante para que o Corinthians conquistasse a Libertadores de 2012 sem sofrer uma derrota sequer. Basta olhar a tabela da edição de 2013 para ver como isso é difícil. Dos seis times brasileiros, apenas o Atlético Mineiro segue invicto após a 4ª rodada. E a fase mais difícil ainda nem começou.

O Guarani é a antítese do Corinthians. É um time sem cara, sem padrão. Branco não achou um jeito de jogar que o agrade e ainda comete o grave erro de utilizar peças que estão em um nível técnico bem inferior à média dos atletas que disputam o estadual mais forte do País.

Desnecessário falar de Mika, jogador perseguido pela torcida e criticado pela imprensa. Ele se esforça para mudar esse cenário, mas não consegue mostrar futebol que justifique sua eterna presença entre os 11.

No caso do atacante Wilson, é ainda pior. Seu rendimento contra Mirassol e Santos foi nulo. Ficou no banco contra o Paulista e, quando entrou, foi encarregado de cobrar escanteios. Acho que os zagueiros fariam melhor. Ainda assim, Branco o escala e ainda o seleciona para lances de bola parada.

Com Tite, ocorre o contrátrio. Não importa se o jogador é famoso, querido pela torcida ou sabe-se lá por quem. Com Tite, joga quem se aplica, quem se entrega, quem produz. No Guarani, em alguns casos, é ao contrário.

Poucos esportes tem tantas variantes como o futebol e é por isso que a modalidade tem um número alto de resultados surpreendentes. Isso pode acontece hoje no Brinco? Sim, claro. Mas a diferença entre os dois é gritante e o Guarani terá que se superar para evitar uma nova derrota em casa.

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