ESTRATÉGIAS

Debate e mais ataques marcam a reta final

Candidatos se enfrentam hoje na TV e preparam últimas cartadas

Bruna Mozer
26/10/2012 às 08:45.
Atualizado em 26/04/2022 às 19:31

Depois de uma semana com clima quente em debates e durante o horário eleitoral gratuito, os candidatos a prefeito de Campinas no segundo turno, Jonas Donizette (PSB) e Marcio Pochmann (PT), apostam suas últimas fichas para atacar e tentar se defender de acusações às vésperas da eleição.

Apesar do clima acirrado dos últimos dias, inclusive com a participação de militantes nas redes sociais, os candidatos se consideram vítimas do adversário, negam postura ostensiva e afirmam que as informações divulgadas são uma ferramenta para que o eleitor faça uma “comparação”. O programa eleitoral na televisão e no rádio termina hoje. À noite, também será realizado o último debate antes da eleição, na EPTV. No confronto, a estratégia até o momento é que Jonas adote uma postura mais passiva, enquanto o petista explore temas polêmicos. Amanhã, véspera do pleito, estão previstas grandes caminhadas.

Um dos coordenadores da campanha petista, Renato Simões, afirma que continuará sendo explorado pelo partido o projeto de lei elaborado por Jonas — em 1997, quando era vereador — que permite que crianças moradoras de rua e com idade a partir de sete anos possam trabalhar em feiras, como guardadores de carros e ajudantes de feirantes. Com isso, o PT tem acusado Jonas de ser a favor do trabalho infantil.

A lei foi vetada, mas o veto foi derrubado pela Câmara. Mesmo assim, o texto nunca foi regulamentado e não entrou em vigor. O tema tem sido explorado nos debates desta semana por Pochmann, no horário eleitoral gratuito e em mensagens SMS pelo celular disparadas desde ontem (leia texto nesta página). “A polarização que nós temos com o Jonas é em torno de temas da sua atuação como parlamentar, que é o que ele usa para se apresentar como candidato. Marcio apresenta o que ele fez, para dizer o que pode fazer”, disse Simões.

O marqueteiro da campanha do PSB, Paulo de Tarso, afirma que nessas últimas horas será realizado um “trabalho de amortecimento” dos ataques relacionados ao tema trabalho infantil. “Estamos dialogando com a cidade. Estão fazendo uma leitura distorcida da lei”, disse Tarso, que chamou os ataques de “dossiê de criancinha”.

Ele afirmou que informações sobre o passado do PT na cidade serão deixadas de lado. “Falta só um dia, a cidade já entendeu.” No entanto, até o final da tarde de ontem, inserções na televisão continuavam trazendo mensagens relacionadas ao assunto.

Jonas tem relembrado em seu horário eleitoral na televisão o governo da ex-prefeita Izalene Tiene (PT) — entre 2001 e 2004 — dizendo que Pochmann trará de volta pessoas que fizeram parte da gestão petista, que foi mal avaliada pela população e marcado por greves dos servidores e pelo atraso na reforma da Rua 13 de Maio. “Não é ataque, é relembrar a população que o partido já governou a cidade e fazer um comparativo”, disse Jonas. No entanto, ele se considera vítima de ataques do PT. “A lei foi feita para resguardar a questão do menor e estão distorcendo os fatos”, acrescentou.

Panfletos apócrifos (sem assinatura) com acusações de corrupção e críticas à aliança entre PT e PDT foram distribuídos na cidade. Anteontem, a Justiça determinou busca e apreensão dos materiais.

“Campanha difamatória contra o PT na televisão e uma campanha sórdida nas ruas, com panfletos que são de responsabilidade de quem apoia o Jonas”, disse Simões.

Mensagens enviadas a celulares atacam Jonas  

Eleitores de Campinas foram surpreendidos ontem pelo recebimento de uma mensagem no celular que atacava Jonas com o tema da lei sobre trabalho de crianças de rua em feiras, proposta por ele em 1997. A reportagem tentou contato com o número do telefone que enviou a mensagem, mas não foi atendida. De acordo com a coordenação de campanha de Jonas, o departamento jurídico da coligação vai entrar com uma representação na Justiça Eleitoral para apurar o caso. No grupo do pessebista no Facebook, assessores pediram para que as pessoas que receberam a mensagem façam uma denúncia no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) através da internet. Já a coordenação de campanha de Marcio Pochmann (PT) informou que desconhece o conteúdo da mensagem e que ela não está relacionada à campanha.  

Assuntos Relacionados
Compartilhar
Correio Popular© Copyright 2025Todos os direitos reservados.
Distribuído por
Publicado no
Desenvolvido por