ESCOLAS

Debate de gênero causa polêmica e é deixado de lado

O tema causou embates entre ativistas e religiosos em vários municípios da região, entre eles Campinas, Americana, Santa Bárbara d'Oeste e Valinhos

Bruno Bacchetti
bruno.bacchetti@rac.com.br
28/06/2015 às 05:00.
Atualizado em 28/04/2022 às 15:55

Militantes homoafetivos e grupos religiosos dividiram o plenário durante a audiência pública e votação do plano em Campinas (César Rodrigues/16jun2015/AAN)

As cidades da Região Metropolitana de Campinas (RMC) deixaram de lado a discussão de gênero e orientação sexual nos Planos Municipais de Educação (PME). O tema causou embates entre ativistas homoafetivos e religiosos em vários municípios da região, entre eles Campinas, Americana, Santa Bárbara d'Oeste e Valinhos. Somente Nova Odessa incluiu entre suas metas a superação das desigualdades de gênero e orientação sexual em sala de aula. Em Santa Bárbara d’Oeste, o plano foi aprovado com plenário lotado e composto em sua maioria por integrantes das igrejas católicas e evangélicas. O município chegou a incluir a discussão de gênero, mas voltou atrás após pressão da população. O vereador Carlos Fontes (PSD) ainda apresentou emenda ao projeto proibindo a qualquer tipo de discussão sexual, inclusive na rede privada. “Acredito que a Secretaria Municipal de Educação e todos que participaram na elaboração deste Plano desde 2013 tiveram as melhores intenções, no sentido de proporcionar melhor qualidade da educação aos nossos filhos e na valorização dos nossos professores. Porém, não podemos correr risco e nem deixar brecha na lei”, argumenta Fontes.Em Campinas, a discussão também foi acalorada. Militantes homoafetivos e religiosos dividiram o plenário durante a audiência pública e votação do plano, que foi aprovado sem a discussão de gênero ou orientação sexual. Na segunda-feira (29), última sessão antes do recesso parlamentar, será votada uma emenda à Lei Orgânica da cidade, de autoria do vereador Campos Filho (DEM), que pretende travar qualquer discussão sobre ideologia de gênero, gênero, ou orientação sexual. “Com essa ideologia, pretendem implantar, também no ensino, essa prática, no sentido de excluir toda e qualquer forma de identidade feminina e masculina, deixando nossas crianças sem qualquer referência de identidade como pessoa e seu papel social”, justificou o vereador em sua proposta de emenda à Lei Orgânica. Durante audiência pública par discutir a emenda, um grupo contrário à proposta promoveu um “beijaço” no plenário e uma “chuva de purpurina”. Em Americana, uma meta que garantia práticas pedagógicas para abolir o preconceito por opção de gênero e orientação sexual provocou protestos entre grupos católicos e evangélicos e acabou sendo substituída por uma emenda na votação do projeto na Câmara. Já em Valinhos, o próprio prefeito Clayton Machado (PSDB) se antecipou e propôs uma substituição no item do PME que abordava o tema.Para a doutora em Psicologia e professora da Faculdade de Educação da Unicamp, Angela Fátima Soligo, a não inclusão da discussão de gênero é um retrocesso. “Essa ausência é a vitória da ignorância. Infelizmente as pessoas que defenderam a retirada pensaram somente na questão da orientação sexual e fizeram um discurso preconceituoso. Isso é muito mas que a orientação sexual, discute a desigualdade, o feminino e masculino, o preconceito”, defende.SAIBA MAISAmericana: SancionadoArtur Nogueira: AprovadoCampinas: SancionadoCosmópolis: Em elaboração Eng. Coelho: SancionadoHolambra: SancionadoHortolândia: Sancionado Indaiatuba: Sancionado Itatiba: Em tramitação na CâmaraJaguariúna: Em tramitação na CâmaraMonte Mor: SancionadoMorungaba: SancionadoNova Odessa: SancionadoPaulínia: SancionadoPedreira: Sancionado Santa B. d'Oeste: SancionadoSanto A. de Posse: Em tramitação na CâmaraSumaré: Sancionado Valinhos: SancionadoVinhedo: Sancionado

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