XEQUE-MATE

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17/03/2015 às 05:00.
Atualizado em 23/04/2022 às 17:45
Milene Moreto ( Cedoc/RAC)

Milene Moreto ( Cedoc/RAC)

A presidente Dilma Rousseff não venceu a eleição com ampla vantagem, pelo contrário: o cenário eleitoral foi acirrado no ano passado e definido na última hora com vitória apertada contra o candidato do PSDB, o senador Aécio Neves. Naquele momento, pelo mapa de votação, o Brasil estava dividido, e desta forma permanece desde então. A presença de milhares nas ruas no último domingo comprova que a sociedade, dividida, continuará insatisfeita com o atual comando do País.MudançasPrimeiro, Dilma deixou seus ministros falarem sobre o protesto, mas eles não se saíram muito bem. Ela então resolveu ontem explicar suas medidas econômicas e avaliar a manifestação. A presidente disse que lutou para que a população tivesse o direito de ir às ruas e que é natural não haver consenso. Dilma afirmou ter humildade e diálogo, mas que será firme nos ajustes, em especial os fiscais, que têm causado um bom impacto no bolso dos brasileiros. FraseSe você desestabiliza um País sempre que interessa, uma hora passa a ser algo que ameaça a todos. Temos que buscar um consenso mínimo. (Da presidente Dilma Rousseff, ao falar sobre as manifestações na tarde de ontem). Nisso eu concordoA presidente também afirmou que concorda com a bandeira anticorrupção levantada no protesto e que deve divulgar ainda esta semana medidas mais severas de combate ao crime no Brasil. O governo também tem feito ampla defesa da Reforma Política. O ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, afirmou que o assunto precisa ser discutido e sair do papel definitivamente. LotouA estimativa era de pouca gente, mas a população lotou as ruas de Campinas no protesto contra Dilma. Como não poderia deixar de ser, alguns políticos aproveitaram para pegar carona no movimento, colocado como apartidário. E a carona foi literal. Vereadores tucanos participaram de “camarote” já que foram em cima de um carro de som pelo Centro afora. Outros políticos respeitaram o chamado apartidarismo e seguiram no chão mesmo, como todo mundo. Vai dependerDaqui para frente, a estabilidade do governo vai depender da capacidade de Dilma mostrar a autoridade no ajuste fiscal e recompor sua base no Congresso. O professor de ciências políticas da PUC-Campinas Pedro Rocha Lemos afirmou que a união entre os parlamentares é uma das tarefas mais difíceis da presidente. Ela disse ontem que possui ótimas relações com o PMDB e que o partido é aliado. Na prática, as coisas não estão nem um pouco calmas. A culpaPara Lemos, a instabilidade política não pode recair só sobre a presidente. O Congresso também tem sua participação na insatisfação dos brasileiros. “A presidente precisa passar uma mensagem de governabilidade e de que as medidas econômicas terão efeito positivo no País. Sinal vermelhoNa Câmara de Campinas, alguns vereadores aproveitaram para falar que a presença da população nas ruas “acende uma luz vermelha” para todos os políticos, já que ficou demonstrada a insatisfação da população com toda a classe, sem tirar ninguém. É hora de mudar.A primeiraO prefeito de Campinas, Jonas Donizette (PSB), presidirá hoje a primeira reunião do Conselho de Desenvolvimento da Região Metropolitana de Campinas (RMC). Conforme o prometido, o peessebista trará o vice-governador, Marcio França, e o presidente do Investe-SP, Juan Quirós. O prefeito quer debater as possibilidades econômicas e de investimentos para a região diante da crise no Brasil. Um outro tema na pauta é a dengue, que vem tirando o sono dos prefeitos. O encontro ocorre às 9h, no Clube Regatas.

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