Atacante do São Caetano deu um carrinho por trás no volante da Ponte Preta, que teve uma fratura no tornozelo
O atacante Danielzinho, do São Caetano, foi julgado, nesta segunda-feira (25/03), em sessão da Primeira Comissão Disciplinar da Justiça Desportiva de São Paulo (TJD-SP) e absolvido por unanimidade pela entrada no volante Ferrugem, da Ponte Preta, em jogo realizado no último dia 10, no Majestoso, pelo Campeonato Paulista. O jogador da Macaca sofreu uma fratura e ruptura nos ligamentos do tornozelo esquerdo, passou por cirurgia e o prazo de recuperação é de cerca de seis meses.
Danielzinho não foi expulso no lance, mas a Procuradoria o denunciou por meio de provas de vídeo. O atacante do Azulão foi incurso em dois parágrafos do artigo 254 do Código Brasileiro de Justiça Desportiva, acusado de praticar jogada violenta e corria o risco de ficar impossibilitado de atuar durante o mesmo período em que Ferrugem estivesse longe dos gramados.
O advogado João Zanforlim, que defendeu o jogador do São Caetano, pediu a absolvição do atacante, alegando que ele não foi maldoso. "Não há pena intencional. Não é proibido dar carrinho no jogo, apenas ser punido pelo que o árbitro interpretar. Ele foi punido com amarelo em jogo, o que é justo."
O árbitro Luiz Vanderlei Martinucho, que apitou a partida e aplicou apenas cartão amarelo a Danielzinho pela jogada, depôs no tribunal e definiu o lance como uma fatalidade. "O tempo todo vejo a bola sendo buscada pelo jogador. Ele tenta pegar a bola que estava escapando. Pode até ver que os jogadores da Ponte me cobram amarelo", disse o árbitro aos auditores. "Vocês viram que foi acidente", completou.
O jogador do São Caetano também esteve no julgamento, deu sua versão do fato e reafirmou que não teve intenção de machucar o pontepretano. "Estava no meio de campo, fui de lado tentar pegar a bola. A perna dele prendeu no chão e a minha prendeu a dele. Na hora, ninguém me reprimiu, tudo aconteceu normalmente. Foi uma fatalidade. Falei com ele por telefone. Eu pedi desculpas, disse que não tinha intenção de machucá-lo. Ele afirmou que não tive vontade de feri-lo, mas que entrei com imprudência", afirmou Danielzinho, que disse que recebe mais carrinhos do que dá.
PRESIDENTE
Márcio Della Volpe, presidente da Ponte Preta, lamentou o resultado do julgamento. "Isso causa tristeza. Ele diz que não teve intenção, mas tirou um colega dele de trabalho do futebol por seis meses. Ele deveria ficar fora o mesmo período que o Ferrugem vai se recuperar", comentou o dirigente, que ainda disse que o clube não tomará nenhuma atitude para tentar reverter o quadro. "Já está dentro da instância esportiva, não tem muito o que nós possamos fazer", finalizou.