JOGO RÁPIDO

Dá para ser um Atlético-PR?

Coluna publicada na edição de 30/11/18 do Correio Popular

Carlo Carcani Filho
30/11/2018 às 00:11.
Atualizado em 05/04/2022 às 20:43

Assisti ao segundo tempo de Fluminense 0 x 2 Atlético Paranaense, jogo de volta da semifinal da Copa Sul-Americana, realizado na quarta-feira, no Maracanã. Mais do que a incrível e perigosa má fase do Flu, que chegou à marca de oito jogos seguidos sem marcar um gol sequer, me chamou a atenção a festa da torcida do Furacão. Os paranaenses cantaram — e cantaram alto — durante toda a etapa final. Por muitas vezes achei que se tratava da torcida da casa, mas o barulho era mesmo dos visitantes, que tomaram conta do Maracanã em um jogo que teve o bom público de 37.208 torcedores. A intensidade da festa combina com o bom momento do Atlético-PR, finalista da Copa Sul-Americana. Já faz algum tempo que, em conversas com amigos que são torcedores ou conselheiros de Ponte Preta e Guarani, comento como seria bom — ótimo, na verdade — se os times de Campinas conseguissem ser como o Atlético-PR. O Furacão não é um dos 12 grandes clubes brasileiros, mas tem sua sede na capital de um estado rico e isso certamente contribuiu para que atingisse seu estágio atual. Na prática, o Atlético-PR de hoje tem mais força e estrutura do que alguns dos 12 grandes. Seria pedir demais que Guarani e Ponte atingissem um estágio semelhante? Se olharmos para o Atlético-PR de hoje, parece impossível. Afinal, o Furacão parte para a sua sétima participação consecutiva na Série A. Na era dos pontos corridos, nossos times não chegaram nem perto disso. A Arena da Baixada é um estádio magnífico, com capacidade para 42.370 pessoas. Já recebeu evento de UFC (com 45.201 pagantes) e foi palco de quatro partidas da Copa do Mundo de 2014. Evidentemente, tanto o Moisés Lucarelli como o Brinco de Ouro estão a anos-luz da arena multiuso do Atlético. Mas vamos voltar um pouco no tempo para ver que o rubro-negro de Curitiba não ostenta essa vantagem desde sempre. No dia 14 de dezembro de 1989, Atlético-PR e Guarani jogaram no Pinheirão, estádio que pertencia à Federação Paranaense. O público foi de apenas 2.554 pagantes e, embora tenha vencido por 4 a 1, o Furacão foi rebaixado para a segunda divisão, ao lado do próprio Guarani, do Sport e do Coritiba. Notem como nesses 29 anos um cresceu (campeão brasileiro em 2001, vice-campeão da Libertadores em 2005 e da Copa do Brasil em 2013) e como o outro passou a colecionar rebaixamentos. Será que em 10, 20 ou 30 anos dá para o futebol campineiro atingir o nível do Atlético-PR? Ou será pedir demais?  

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