TRANSPORTE

Custo faz Prefeitura de Campinas tirar BRT do Viaduto Cury

Estuda dois novos locais para receber estações de transferências dos ônibus rápidos que farão a ligação do Centro com as regiões do Campo Grande e do Ouro Verde

Maria Teresa Costa
05/04/2015 às 05:00.
Atualizado em 23/04/2022 às 17:24
Acima, vista aérea do Viaduto Cury, que teria de passar por grandes intervenções para receber os veículos do sistema BRT, com modelos articulados e biarticulados (Camila Moreira/27mar2015/AAN)

Acima, vista aérea do Viaduto Cury, que teria de passar por grandes intervenções para receber os veículos do sistema BRT, com modelos articulados e biarticulados (Camila Moreira/27mar2015/AAN)

A Prefeitura de Campinas desistiu de levar os BRTs até o Terminal Magalhães Teixeira, que funciona dentro do Viaduto Cury, e estuda dois novos locais, a Avenida Campos Salles e a região do Mercado Municipal, para receber as estações de transferências dos ônibus rápidos que farão a ligação do Centro com as regiões do Campo Grande e do Ouro Verde.   A Secretaria de Transportes fez as contas e concluiu que precisaria investir mais de R$ 100 milhões na remodelação do terminal para que o local pudesse receber ônibus articulados ou biarticulados. O alto custo levou a secretaria a optar por deixar esse terminal para os ônibus que irão alimentar as linhas dos BRTs. O secretário municipal de Transportes, Carlos José Barreiro, disse que o projeto básico dos corredores foi entregue à Caixa Econômica Federal e, assim que sair o aval, irá publicar o edital para contratar o projeto executivo e a obra. O plano é implantar os corredores em 2016.   Barreiro disse que, como o conceito do BRT é ser tronco — linha que tem a função de ligar duas regiões por um corredor —, o problema é chegar ao Centro com esses veículos, que poderão ser articulados ou biarticulados, em uma região congestionada.   Equipe da secretaria está fazendo os estudos e buscando soluções independentes para cada linha. A linha Campo Grande caminha para que as estações de transferências sejam na região do Mercado Municipal, mas não necessariamente onde hoje há um terminal de ônibus.   “Estamos avaliando aquela região, que terá que ser repaginada e passar por uma grande reconstrução para poder receber as estações”, disse.   Já as linhas do Ouro Verde deverão chegar na Avenida Campos Salles, com estações de transferências instaladas no trecho entre a Avenida Senador Saraiva e a Rua José Paulino, alternativa que irá demandar uma grande intervenção na Campos Salles, uma vez que o BRT exigirá duas faixas exclusiva de tráfego.   “Se essa for a hipótese que adotarmos, então faremos uma estação de parada atrás da Catedral, na Rua José Paulino”, afirmou.   Como a Catedral é um patrimônio tombado de Campinas, foi feita uma consulta ao Conselho de Defesa do Patrimônio Cultural de Campinas (Campinas), que deu parecer favorável à instalação (leia nesta página). Barreiro afirmou que essa parada não seria uma estação de transferência, mas apenas uma linha de passagem.   “Se adotarmos essa alternativa, implantaremos na José Paulino, na quadra da Catedral, o conceito de trafic calm (trânsito calmo, em inglês), estreitamento da via para que a velocidade dos veículos seja reduzida e não provoque trepidações na construção histórica. É possível também que a via, naquela quadra, seja usada exclusivamente pelos BRTs, com proibição de outros veículos”, afirmou. Dos R$ 340 milhões necessários à implantação do maior projeto de mobilidade da cidade, R$ 197 milhões virão do Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS), R$ 98 milhões do Orçamento Geral da União e R$ 45 milhões de contrapartida da Prefeitura. Os corredores do BRT irão atender uma população de cerca de 300 mil pessoas que vive nos eixos Centro-Campo Grande e Centro-Ouro Verde.   A expectativa da Prefeitura era iniciar ainda este ano as obras, mas sucessivos atrasos com o projeto transferiram para 2015 o começo da construção. A implantação começará pelo corredor Campo Grande — serão 17,8 quilômetros de extensão saindo do Centro, seguindo pelo leito desativado do antigo veículo leve sobre trilhos (VLT), John Boyd Dunlop e chegando ao Terminal Itajaí.   Junto com ele, será construída uma perimetral com quatro quilômetros de extensão, ligando a Vila Aurocan até o Campos Elíseos, seguindo pelo leito desativado do VLT. O outro corredor, o Ouro Verde, terá 14,4 quilômetros de extensão. A previsão era de que saísse do Terminal Central (Viaduto Miguel Vicente Cury), seguindo pela João Jorge, Amoreiras, Ruy Rodriguez, Camucim e Terminal Vida Nova.   O projeto contempla, além de uma pista exclusiva para os ônibus, estações de transferência fechadas e plataformas em nível, com embarque e desembarque pela porta esquerda do veículo.

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