Menos de 20% dos contribuintes da região de Campinas fizeram a entrega de suas declarações
Devagar demais: quanto mais perto do fim do prazo, pior (Reprodução)
A entrega do Imposto de Renda Pessoa Física entra no último mês - mas até a semana passada menos de 20% dos contribuintes tinham acertado as contas com o Leão na região de Campinas.
A expectativa para este ano é que 508 mil declarações sejam enviadas para o Fisco na área da Delegacia Regional da Receita Federal, que contempla oito municípios. Até a última semana, contudo, pouco mais de 93 mil documentos foram entregues.
Os especialistas recomendam que os contribuintes arrumem todos os documentos e enviem a declaração até o próximo dia 25. Após essa data, o sistema da Receita Federal começa a ficar congestionado. O prazo final é 30 de abril, e providenciar com antecedência toda a papelada necessária para preencher os dados é essencial para evitar erros que acabam na malha fina - caso de 29 mil documentos que estão retidos pela Receita na região.
Os contribuintes de Vinhedo são os mais atrasados até agora: só 14,25% deles se acertaram com o Leão até a última semana. Os campineiros estão em segundo lugar, com com 16,56%. Já os mais rápidos são os moradores de Sumaré e Hortolândia (com pouco mais de 25% das declarações previstas já entregues).
O professor titular da Faculdade de Ciências Contábeis da Pontifícia Universidade Católica de Campinas, Marcos Francisco Rodrigues de Souza, afirmou que é preciso estar atento aos prazos para não ser penalizado com multas. E lembrou que o Leão aperfeiçoa ano a ano os mecanismos de checagem das informações.
“Hoje a Receita cruza os dados de várias fontes. A tecnologia trabalha a favor do Fisco”, disse. Souza comentou que a atual declaração solicita mais informações das doações feitas. “Os contribuintes devem observar os dados na hora do preenchimento do documento” , alertou.
Segundo ele, nesta época do ano o movimento cresce entre 50% e 70% nos escritórios de contabilidade. O custo da elaboração da declaração depende da complexidade do preenchimento e do prazo em que o contribuinte procura pelo serviço, e pode variar de R$ 50,00 a mais de R$ 400,00.
Documentos
O diretor da Fradema Consultores Tributários, Francisco Arrighi, disse que os contribuintes devem ter em mãos no momento de preencher a declaração uma lista de documentos para garantir que nenhum detalhe ficará de fora.
“É fundamental ter documentos como comprovantes de rendimentos, recibos médicos, comprovantes de despesas de educação, recibos de prestação de pagamentos de bens, extratos bancários e controle de compra e venda de ações com apuração mensal de imposto”.
Ele recomendou que tudo esteja pronto até o dia 20. “O ideal é que a declaração seja entregue no máximo até dia 25 para evitar problemas com o sistema da Receita, que fica sobrecarregado”, disse.
O especialistatambém alertou para os erros que podem acabarna malha fina.“Não adianta apresentar recibos médicos com valores acima do querealmente foi pago no procedimento. A Receita está buscando informações junto aos profissionais da área e atéaos hospitais para checaros dados” , comentou.
Envio já pode ser feito por dispositivos móveis
O contribuinte brasileiro pode a partir de agora preencher a declaração do IR em dispositivos móveis como tablets e smartphones. Mas a novidade, anunciada nesta segunda-feira (1º) pela Receita Federal, ainda tem uma série de limitações. Não poderão usar o novo aplicativo, por exemplo, os profissionais liberais ou que tenham obtido lucro na alienação de bens, recebido lucros e dividendos ou rendimentos no exterior, além de rendimentos por doação ou herança.
Mesmo com essas restrições, o secretário da Receita Federal, Carlos Alberto Barreto, estima que cerca de 5 milhões de contribuintes devam usar esta opção para fazer sua declaração. O Fisco espera receber cerca de 26 milhões de documentos até a data final da declaração, dia 30.
“Embora a lista de restrições seja significativa, a solução abrange 5 milhões de contribuintes, número que vai crescer no próximo ano”, disse. “O objetivo neste momento é alcançar contribuintes que têm declarações mais simples”.
Quem optar por fazer a declaração por meio de dispositivo móvel não poderá recuperar o documento entregue no ano passado. Por outro lado, o aplicativo permite o preenchimento automático de alguns campos - a partir da digitação do CPF, por exemplo, o sistema “puxará” o nome do contribuinte.
O sistema também permite que o preenchimento seja iniciado em um aparelho móvel e concluído em outro - basta que o usuário salve o rascunho atrelado a uma palavra-chave, que será solicitada ao abri-lo novamente em outro aparelho.
A Receita alerta que a declaração feita pelo sistema operacional da Apple não é salva automaticamente após o envio do documento. Por isso, o aplicativo apresenta o passo a passo para salvar. Já para equipamentos que utilizam o sistema Android, o salvamento é automático. (Agência Estado)