Roubos, furtos e até sequestros contra sitiantes de Piracicaba estão se tornando frequentes
Patrulha rural da Guarda Municipal percorre estradas na madrugada (Christiano Diehl Neto/AAN)
Cercas difíceis de serem violadas, portas e janelas sólidas e com fechaduras resistentes, mais iluminação, automóveis e maquinários guardados em locais que não sejam facilmente vistos, cães de guardas adestrados e bem alimentados. São algumas das dicas que podem diminuir a onda de furtos e roubos na área rural de Piracicaba. Esta área, que até pouco tempo era considerada um local para descanso e sossego, perdeu totalmente essas características.
Os furtos, de acordo com a polícia, têm sido constantes, porque sítios, fazendas e até empresas estão expostos a diversos tipos de riscos e perigos, que vão desde simples furtos — ferramentas e material de construção — até assaltos e sequestros.
A reportagem fez um levantamento, por meio de boletins de ocorrência registrados no plantão policial da rua do Vergueiro, desde o início deste ano, e encontrou registros que vão desde furtos até roubos de veículos. Os marginais não medem consequências e estão cada vez mais ousados.
No dia 2 de janeiro, às 12h40, na estrada vicinal que liga os bairros Santana e Santa Olímpia, uma mulher de 41 anos teve seu Chevrolet Classic roubado por dois homens que chegaram de moto. Para que ela não pudesse comunicar a polícia, eles levaram o celular da vítima. O ladrão que estava na garupa portava um revólver.
Em 27 de janeiro, às 22h20, guardas civis da Patrulha Rural, em ronda pelos sítios do bairro Ibiturina, localizaram uma sacola com um pedaço de corda, uma espingarda calibre 20 com seis cartuchos intactos. Pouco antes, suspeitos fugiram pela estrada rural ao ver a viatura. Provavelmente iam assaltar alguma propriedade.
Ousadia
Num sítio do bairro Tamandupá, os assaltantes chegaram à residência pedindo ajuda às 21 horas. Quando um morador foi atender, outros três homens encapuzados o renderam, entraram, pegaram mais duas pessoas da família e amarraram todos. Na fuga do trio sobrou até mesmo para funcionários da CPFL Paulista, que faziam reparos no local e tiveram seus celulares roubados.
Da propriedade os assaltantes levaram celulares, alianças de ouro, aparelho de DVD, fogão, geladeira, R$ 600, entre outros pertences das vítimas.
Dicas
O delegado Ruy Luiz Ramires, que está respondendo pelo 7º DP, e que abrange boa parte da área rural de Piracicaba, disse que é importante tomar alguns cuidados que podem prevenir os crimes. "Manter o menor número de acessos à propriedade é importante. De preferência, uma única porteira ou portaria. Isso tornará a vigilância mais fácil e eficiente", declarou.
"Nos arredores, se possível, deve-se evitar árvores e arbustos muito próximos da casa. Isso pode ocultar invasores. As redondezas da casa devem estar o mais iluminada possível. Procurar manter sistemas de iluminação de emergência e presenciais, que possam ser acionadas mesmo quando ocorra falta de energia elétrica", acrescentou.
Ramires também alerta para que se tome cuidado em estradas desertas. "Evite passar sempre no mesmo horário. Se perceber veículo desconhecido ou pessoa suspeita na frente de sua propriedade, não pare o seu carro. Siga em frente e busque ajuda policial. Nunca pare para ajudar em caso de acidentes nestas estradas. Simulações são amplamente usadas por assaltantes. Ligue para serviços de socorro e informe o local".
Área extensa
A Guarda Civil de Piracicaba tem um grupo de Patrulha Rural que atua diariamente, até de madrugada, exclusivamente no combate aos crimes contra sítios de fazendas. Apesar de todo o trabalho, de acordo com o comandante da instituição, capitão Silas Romualdo, é uma área muito extensa — 1.700 quilômetros.
“Temos viaturas rodando todas as estradas, mas não dá para cuidar de tudo. Os furtos são mais constantes porque acontecem quando as pessoas não estão em suas residências”, declarou. A Guarda atende pelo telefone 153, que funciona 24 horas.