MICROS E PEQUENAS

Crescimento de empresas do interior bate SP

Interior se destacou, principalmente, no consumo de produtos e na busca de prestadores de serviços

Adriana Leite
aleite@rac.com.br
23/02/2013 às 14:47.
Atualizado em 26/04/2022 às 03:24

Ribeiro em uma das lojas que gerencia com a esposa: mão de obra é difÍcil (Leandro Ferreira/ AAN )

As micro e pequenas empresas do Interior de São Paulo fecharam o ano passado com crescimento de 10,7% em relação a 2011. O resultado superou os números da Capital (5,1%), Grande São Paulo (5,6%) e ABC (10,2%).

O estudo do Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae) São Paulo mostra que as receitas das pequenas em 2012 atingiram R$ 528,5 bilhões, volume R$ 39,5 bilhões superior ao do ano anterior.

Com a renda em elevação e o desemprego em queda, o Interior se destacou no consumo de produtos e na busca de prestadores de serviços.

A gerência regional do Sebrae apontou que a cidade de Campinas tem uma grande parcela de microempresas do setor de comércio que, com o incremento das vendas, registraram um forte aumento do faturamento.

De acordo com a entidade, 47% das pequenas empresas são lojas de diversos segmentos; 43% são prestadores de serviços e 10% são indústrias.

A região também vem recebendo investimentos produtivos e atraindo mão de obra qualificada. O gerente regional do Sebrae-Campinas, José Carlos Cavalcante, afirmou que o perfil das microempresas locais favoreceu o crescimento das vendas e do faturamento no ano passado.

Ele salientou que os números da região são reflexo de bons indicadores, como a elevação da renda dos trabalhadores e as baixas taxas de desocupação nas cidades da Região Metropolitana de Campinas (RMC).

Cavalcante comemorou o desempenho das pequenas empresas em todo o Estado. O PIB brasileiro vai crescer pouco acima do 1%, enquanto o faturamento das microempresas de São Paulo ficou em 8,1% acima de 2011, já descontada a inflação”, apontou.

Ele acredita que fatores macroeconômicos, como o corte das taxas de juros, também ajudaram - mas frisou que ainda é necessário implantar políticas que garantam o fortalecimento dos microempreendedores.

“No Brasil, existe a Lei Geral da Micro e Pequena Empresa. Entretanto, é preciso que os municípios regulamentem essa lei e apliquem incentivos que auxiliem os empresários. Na região de Campinas, apenas três cidades já garantiram condições mais favoráveis aos microempreendedores”, afirmou.

Uma das frentes de trabalho do Sebrae de Campinas é estimular os governos municipais a impulsionar os pequenos negócios. “No próximo mês, teremos uma reunião com todos os prefeitos da RMC para tratar de vários assuntos”, antecipou.

Estímulo

Os empreendedores afirmaram que ainda é preciso estabelecer políticas que realmente favoreçam as pequenas empresas. A carga tributária e a burocracia são os maiores problemas apontados por eles.

“Nós apresentamos um crescimento muito grande nas vendas e no faturamento no ano passado. Procuramos ser uma empresa enxuta e com produtividade elevada. Contudo, as condições de competição são difíceis. As microempresas ainda sofrem com a carga tributária”, comentou o empresário Leonardo Lopes, proprietário de uma loja de produtos de informática e telefonia e geradores. A empresa, há 19 anos no mercado, também presta serviços.

O empresário salientou que os pequenos também sofrem com a escassez de mão de obra. “Não estou me referindo apenas em pessoas qualificadas, mas também a trabalhadores que de fato vistam a camisa da empresa e entendam que a estrutura de um pequeno negócio exige que todos sejam capazes de exercer, e bem, várias tarefas diferentes”, comentou.

Para Mariana Atavila Ribeiro, sócia-proprietária de quatro pequenos negócios, a dificuldade em encontrar trabalhadores qualificados também é um problema sério.

“Além de vender produtos, uma das nossas empresas também presta serviços na área de sistemas de segurança. E a falta de mão de obra prejudica os negócios” , afirmou. Ela e o marido, Fernando Ribeiro, comandam três das quatro empresas - a outra é gerida por um sócio.

Para ela, 2012 foi bom, embora tenha apresentado um ritmo mais fraco do que em 2011. “Ainda assim, crescemos 6%”, disse.

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