PESQUISA

Cresce adesão ao estudo superior

Pesquisa mostra que entre 2011 e 2013, 867 mil brasileiros receberam um diploma

Angela Kuhlmann
22/10/2013 às 09:17.
Atualizado em 24/04/2022 às 23:53
Rodrigo Capelato, diretor-executivo do Semesp (AAN)

Rodrigo Capelato, diretor-executivo do Semesp (AAN)

O número de brasileiros matriculados em alguma das modalidades do Ensino Superior dobrou na última década, embora fique ainda muito distante dos níveis de países desenvolvidos. Entre 2011 e 2012, por exemplo, 867 mil brasileiros receberam um diploma, segundo a mais recente Pesquisa Nacional de Domicílio (Pnad), do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).Grande parte desse contingente de 6,7 milhões de brasileiros decidiu buscar um curso superior, seja de curta duração ou tradicional, embalado pelo aquecimento do mercado de trabalho, no qual as vagas sobram mas a qualificação dos pretendentes é insuficiente para preenchê-las.Essa volumosa adesão ao estudo provocou um aumento exponencial no número de instituições de ensino superior (IES) em todo o País. Em 2000, o Brasil tinha pouco mais de mil. Hoje são 2.416, sendo 2.112 particulares que acabam absorvendo a maior parte dos alunos devido à lenta expansão das vagas em faculdades e universidades públicas.Entretanto, muitos analistas questionam a qualidade do ensino superior privado em parte dessas instituições que acaba refletindo na empregabilidade de seus alunos. Porém, uma pesquisa realizada em setembro de 2012 pela Toledo & Associados a pedido do Sindicato das Entidades Mantenedoras de Estabelecimentos de Ensino Superior no Estado de São Paulo (Semesp) traz uma revelação surpreendente. Nada menos que 93% dos profissionais empregados são formados por IES privadas, resultado que é superior aos registrados nas pesquisas anteriores, realizadas em 2001 (77%), 2004 (76%) e 2008 (86%).A quarta pesquisa Semesp: Formação Acadêmica dos Profissionais, divulgada em setembro passado durante o 15º FNESP - Fórum Nacional: Ensino Superior Particular Brasileiro promovido pelo Semesp, ouviu 1.422 profissionais de grandes, médias e pequenas empresas de todo o Estado de São Paulo, totalizando 80 cidades atendidas por IES públicas e privadas.“O índice alcançado mostra que os profissionais egressos de IES privadas estão sendo absorvidos pelo mercado de trabalho numa proporção ainda maior que o percentual de concluintes formados pelo setor (87%), o que comprova que as instituições privadas oferecem uma formação de qualidade”, afirma Rodrigo Capelato, diretor-executivo do Semesp.De acordo com ele, quando comparada com a primeira pesquisa, realizada há 11 anos, os números demonstram também um significativo aumento do percentual de egressos de IES do segmento particular que ocupam cargos de gerência (de 81% para 95%), diretoria (de 69% para 87%) e, presidência (de 66% para 86%).Mais oportunidadesCapelato salienta ainda outro dado de relevância no estudo recém-divulgado. “A pesquisa confirma também que a formação de nível superior é um importante fator de empregabilidade e de crescimento para a carreira profissional. Para 82% dos entrevistados das principais áreas do conhecimento, o curso superior proporcionou mais oportunidades ou tantas quantas eles imaginavam ao se formar”, diz.Para ele, o resultado do estudo contraria as discussões sobre a qualidade do ensino no setor privado. “Por mais que se tente mostrar, somente uma minoria é ruim”, acrescenta. Conforme Capelato, desde a primeira pesquisa, grande parte dos profissionais é de alunos oriundos do Ensino Superior privado e esse percentual vem crescendo quando se olha para o alto índice (83%) de egressos de IES comparados aos 15% do setor público.O setor privado está empregando mais ainda que a escola pública e sua vocação para formar os alunos com vistas ao mercado de trabalho é comprovada pelos resultados com relação aos primeiros passos dos formados para entrada no mercado de trabalho. “As vagas de estagiários e trainnes são ocupadas em 99% por profissionais de IES privadas", revela.O diretor-executivo do Semesp considera que as políticas de inclusão com a amplitude de oferta de programas de subsídio ou crédito universitário como o Fies, Prouni e financiamentos do setor privado, como o PraValer, têm participação efetiva na expansão do Ensino Superior privado.Com base em dados do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), Capelato lembra que o investimento do Ensino Superior público é de R$ 15 mil por ano por aluno enquanto no setor privado fica entre R$ 6 mil e R$ 7 mil por ano por matriculado. Na opinião dele, esse alto custo dificulta a expansão de vagas no setor público. "No Prouni, a renúncia fiscal é de R$ 1 mil por aluno por ano. É mais barato subsidiar os estudantes do que investir na expansão das universidades públicas", comenta.

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