Quando o Cotó anunciou que deixaria o Facca, no Centro, eu e muitos outros marmanjos bebedores do pedaço caímos num lirismo quase piegas, achando que nunca mais veríamos o bom baiano sorrir em nossas mesas. Mas a despedida nem chegou a ser choramingada porque, meses depois, ele já anunciava a chegada de sua casa própria, desde março atendida pelo nome de Estação Baronesa. Cotó, que não é nem nunca foi bobo, chamou o paraibano Klecius, amigo das antigas, pra botar o cardápio em dia.
E o resultado da parceria Cotó/Klecius nem precisa mais de avaliação. Em menos de quatro meses, virou hit, sucesso imediato não só no Jardim Baronesa como em toda a cidade – o Dito que o diga. Isso porque une a eficácia de um atendimento personalizado (o Cotó é fera em recepcionar a freguesia) com a mão habilidosa de um cozinheiro boa praça. Klecius, aliás, dedica-se ao forno e ao fogão com o talento de seus ancestrais.
Arrumadinho, caldinho, dobradinha, moela apimentada, queijo-coalho, sarapatel e todas as delícias feitas por seus pais e avós agora podem ser provadas por todos nós.
Mas reservei espaço (no estômago e na coluna) para dedicar-me a duas dessas criações quase seculares que a Estação Baronesa nos reserva. A primeira é o rubacão: feijão-de-corda, arroz, queijo-coalho, nata e carne de charque. Pra ser sincero, não lembro de ter comido uma refeição tão farta e saborosa nos últimos meses. Dá para levar amigo, namorada, mãe e até a sogra que não tem erro. Outra delícia da Baronesa é a carne de sol paraibana, servida com arroz e mandioca cozida na manteiga de garrafa. Não preciso mais gastar uma palavra para te convencer a visitar a birosca, não é?
ESTAÇÃO BARONESA
Rua Registro, 247, Jardim Baronesa (esquina com Joaquim de Paula Souza), f. (19) 3325-2505. Aberto todos os dias, das 11h até a meia-noite.